Claves e Pautas
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
De mala e cuia
Nenhum deles é meu.
Mas fiz uma reunião daqueles que vão interessar a quem realmente quer ser um verdadeiro adorador.
Outras mudanças serão feitas por aqui ainda.
Só não sei quando terei tempo pra isso...
Até.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
sábado, 10 de janeiro de 2009
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Uns São e Unção
Uns São e Unção | |
Pr. João A. de Souza Filho | |
Nestes últimos dias ouvimos experiências, as mais diversas, de pessoas que testemunham que receberam algum tipo de unção. Unção do leão, unção da águia, unção dos quatros seres viventes – imagine o que poderiam fazer com unção assim – unção da lagartixa, etc. Só não ouvi testemunho algum de alguém que tenha recebido unção do quebrantamento, unção da obediência, unção da paz, etc. Isso tem me preocupado, porque analisando as experiências de homens de Deus tanto no Antigo como no Novo Testamento não encontro este tipo de unção. Encontro homens ungidos, capacitados, que operam milagres de Deus na terra; homens e mulheres com unção, mas não uma unção específica. Folheando os arquivos da história da igreja também nos deparamos com muita unção; gente que viveu as mais estranhas experiências espirituais, mas nunca uma unção específica. Eram pessoas ungidas com o Ungido. Explico. É que na Bíblia não encontramos tipos específicos de unção. Encontramos ungidos com a Unção! Mas o que é unção? João responde: “E vós tendes a unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento... Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou” (1 Jo 2.20,27). Esse é um dos únicos textos da Bíblia que fala da unção como uma coisa concreta, não um fluído, um som, um vento. Ainda que na experiência de se ter o Espírito Santo a sensação que se sente mexe com a alma, as emoções, o que se recebe é algo concreto; recebe-se a própria Pessoa do Espírito Santo que passa a residir em nós! João deixa claro que a unção vem de Deus; que ela traz conhecimento; que nos ensina, e que não é falsa. Isto posto, transparece a idéia de que existe unção que é falsa, que não vem do Santo e que não traz conhecimento! Algumas coisas que precisamos entender. Primeiro. A unção é uma experiência que começa na conversão. É quando o Espírito de Deus passa a residir Segundo. Os discípulos receberam o Espírito Santo a primeira vez em João 20.22, e depois foram cheios novamente em Atos 2.4 e depois novamente em Atos 4.31! Ser cheio do Espírito Santo uma vez não garante unção para sempre. Precisamos ser cheios do Espírito Santo todos os dias, continuamente! É algo que ocorre “mediante o seu Espírito no homem interior” (Ef 3.16) e que deve ser cultivado de nossa parte, para que nos enchamos sempre do Espírito. “Enchei-vos do Espírito”, diz Paulo (Ef 5.18). Terceiro. Se a unção é algo concreto que recebemos de Deus – por que, então, perdemos o vigor do Espírito, ou sentimos que vazamos da unção? Uma das respostas está Quarto. Em 1 João 2.20,27 unção é conhecimento divino. A presença do próprio Espírito Santo. Quinto. Unção é também separação como nos Salmos 45.7; 89.20. Jesus foi separado, ou ungido pelo Pai, conforme Isaías Is 61.1 fato que se cumpriu Finalmente unção é delegação de autoridade (1 Sm 16.12-23 na unção de Davi e 1 Rs 1.39 na unção a Salomão e que depois é ungido novamente (1 Cr 29.22). – Aqui um precedente: Pode-se ungir (autorizar uma pessoa) várias vezes perante o povo para que este respeite a autoridade de Deus sobre ela! Conclusão: Unção é Habitação de Deus em nós. Unção é inteligência de Deus em nós; é separação. É delegação de autoridade! A unção é completa e não se manifesta apenas como leão e águia, símbolos de força e altivez, mas como bezerro e homem, símbolos da humildade e de humanidade! Se alguém teve uma experiência com o Espírito Santo e a experiência a deixou orgulhosa, insubmissa, rebelde, achando que é melhor que os outros; posso garantir que é falsa e que não veio do Espírito da verdade! A verdadeira experiência com o Espírito Santo nos deixa mais humildes, serviçais e nos faz calar. Unção, portanto, é a Presença do Espírito Santo em nós. Alguns, no entanto, confundem unção com manifestações. A unção pode vir acompanhada de todo tipo de manifestações, mas nem sempre as manifestações significam que temos unção. Às vezes uns são! |
QUANDO O ARTISTA, A ARTE E O ADORADOR OCUPAM O LUGAR DE QUEM DEVE SER ADORADO - Por Nelson Bomilcar
QUANDO O ARTISTA, A ARTE E O ADORADOR OCUPAM O LUGAR DE QUEM DEVE SER ADORADO - Por Nelson Bomilcar | |
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Caetano em uma de suas canções mais inspiradas sobre São Paulo, lembrou-nos a presença e força de Narciso no coração das pessoas, clamando por aceitação e reconhecimento ou determinando nossos conceitos estéticos do belo. No princípio do século XX o conceito de personalidade começou a circular no meio cinematográfico. Imaginava-se que a personalidade era constituída das qualidades que caracterizavam as pessoas famosas nesse novo ramo de entretenimento. Esses eram os "astros" que se destacavam na multidão: narcisistas obcecados por chamar atenção para si mesmos. A propaganda foi usada para incitar e manipular o consumo e seus bens, produção que aumentou após a Segunda Guerra Mundial. Ela procurava ditar o que deveríamos "precisar", "desejar", e o que nos "tornaria felizes". O culto da auto-realização tornou-se um alvo terapêutico e o culto da pessoa era o caminho da felicidade. Estas noções impregnaram o contexto religioso e social de maneira geral. Noções de auto-importância acentuavam conceitos fantasiosos de liderança e da arte, fantasias de sucessos, poder, brilhantismo e beleza ilimitados, que frustram os que perseguem a realização da alma. Exibicionismo gerando falsas expectativas, sentimento de que o mundo "lhe deve algo" e quando a pessoa não é reconhecida, sente-se inferior, humilhada, com vergonha por não ter conseguido "vingar". Cria-se um ambiente favorável para a exploração interpessoal, busca-se a competição e o desejo de ver possíveis rivais frustrados e inferiorizados, desaparecendo a empatia e a sensibilidade com os outros. Junte o narcisismo, a propaganda e o contexto de comércio que se cria, e temos uma "equipe" nociva, destruidora e conspiradora contra as boas motivações, valores éticos e morais, e valores do Reino de Deus. Todos os que atuam na área da música e da adoração, principalmente artistas, autores, compositores e grupos que deixaram registrados suas produções em CDs, DVDs, fitas, livros, etc, passam pela experiência da exposição de sua criação, arte e pensamento em busca também de reconhecimento e aceitação. Junto com a fome de sucesso, caminham em agenda paralela e não oficial (porém é a realidade do coração humano), pois a resposta "oficial" e politicamente correta, se argüidos, à buscar a glória de Deus e ser uma benção para os outros. Resposta automática e instantânea. Mas, as tentações se apresentam sempre. Como diz o querido pastor Enéas Tognini, "elas continuam as mesmas: a barra de ouro, a barra da saia e a coroa de glória". Pastores e conferencistas tem vivenciado esta experiência também, quando suas mensagens e palestras são transformadas em "produtos" para serem comercializados. As pressões aparecem de todos os lados, dentro e fora, para serem transformados em objetos de culto e adoração, através do sucesso ou da aceitação na mídia. Vê-se pastores, escritores e líderes de louvor conceituados, participando em programas que pregam o que eles mesmos não acreditam, ou que seus próprios ensinos ou cânticos delatam, mas vestidos de cara de pau e incoerência, fazem tudo para não desprezarem a "oportunidade" de sucesso, aceitação e venderem mais. Tudo muito triste, pois perdem credibilidade e deixam de ser referenciais. O engano da falsa unidade! Os modelos de fora que aportaram em nossas livrarias e igrejas fomentam o reconhecimento, o culto ao ego; os dons que devem "brilhar" e "serem promovidos", as metas que precisam ser atingidas, e você não pode ser um Zé Mané, discreto, sem aspiração de aparecer, que é logo descartado ou ignorado. Buscar o reconhecimento e sucesso pode alavancar crescimento de nosso selo, gravadora, igreja, missão ou ONG e não podemos abandonar este caminho, dizem alguns. O Dr. James Houston, fundador do Regent College no Canadá, ensinou que "a última manobra do ego é o cultivo do narcisismo espiritual, isto é, o uso do inconsciente da prática, para aumentar ao invés de reduzir sua própria importância; a busca espiritual e a coisas e práticas espirituais passa a ser um processo ou jornada de auto-engrandecimento, ao invés de uma jornada de aprofundamento da humildade". Calvino e Wesley mostram que, quando não buscamos a felicidade e a glória de Deus, transformamos a vida religiosa em auto-promoção. A pessoa acredita que Deus a escolheu especialmente para ter habilidades excepcionais e fazer coisas especiais para Ele. O cara que começou aquele "grande ministério", juntou tremendo patrimônio, o homem do descarrego 110 e 220V, que luta contra os demônios B ou C, o músico que enche estádios e aeroportos, �酅olha o narcisista aí, gritando e precisando ser satisfeito. Hoje, gravadoras, editoras e igrejas evangélicas copiam os modelos secularizados das gravadoras e editoras seculares (até com competência) sem critérios, modelos de gestão em seu negócio, buscando transformar o artista, o líder, ou a denominação na "sensação" nunca vista antes, que tem "uma unção" que ninguém nunca teve, que não deve ter contato pessoal com os outros simples mortais cristãos apreciadores de seu trabalho, apenas no meio da massa. Contam com nossos corações narcisistas, consumistas e sedentos de sucesso. Vivi a experiência duma geração que fazia tudo por amor mesmo (pastores, missionários, jovens, artistas ou não) e quanto mais desafios, melhor. Quando nos achávamos mesmo servos (inúteis, porém alegres), movidos em servir ao Senhor pela causa que abraçamos, constrangidos pelo amor de Deus por nós, ou pelo amor às pessoas que atingíamos com nosso ministério e com nossa música, ficávamos realizados. Tempos em que tínhamos alegria de ter contato com o público o tempo todo e não éramos transformados em seres impessoais, não ficávamos reclusos por orientação dos "empresários" evangélicos (não existiam ainda), nos hotéis cinco estrelas ou spas logo após as "gloriosas apresentações", diga-se de passagem, devidamente pagas com cachês astronômicos. Quer ter contato com o artista ou pregador? Lamento, tente mandar um e-mail, entre no site dele, inscreva-se no seu "fã" clube, aguarde aquela noite de autógrafos quem sabe em sua cidade, e não se esqueça, ore por ele e compre seu material!!! Se o trouxermos para nossa cidade para um evento, provavelmente, você não chegará perto de tamanha "efem�ride", pois foi mitificado e se tornou objeto de adoração, alguns com segurança e tudo. Estamos sempre tentando cultuar o "narciso" que existe dentro de nós, o nosso ego, até porque, ele teima em comandar nossos sonhos, aspirações, e intenções do coração. Esta é uma herança indiscutível de nossa natureza adâmica. Natureza que busca o reconhecimento de sermos considerados pequenos deuses, objetos de culto e admiração, sem noção de nossa finitude, do Deus Infinito a quem servimos, e da realidade do sucesso transitório e efêmero. Somente o Espírito Santo para dominar "este espírito". Pode parecer que não defendo o sustento digno de seus trabalhadores e dos artistas, que tem sido, diga-se de passagem, explorados pelas próprias gravadoras e igrejas ao longo dos anos ou que acho não ser possível mostrar a criação para os outros. Não é este o raciocínio ou intenção deste artigo. Temos que honrar aqueles que tem procurado viver seriamente e honestamente da arte e da pregação. E para isto devemos ter critérios e maturidade. Tenho um amigo muito chegado, grande pregador, que disse que agora ele "só canta" e a mensagem vai "de lambuja", para não ser humilhado após conferências e congressos vendo os artistas ganhando "polpudos cachês" e ele, que "somente" pregou, ganhar aquela oferta vergonhosa de se dar. Mas temos que reconhecer, na "linguagem de hoje", Jesus teria que espantar os vendilhões do templo, das sacadas do templo, do telhado do templo, das imediações do templo. A pergunta que não quer calar: como lidar para que não se instale e se cultive o Narciso em nossas vidas? Quais vacinas para repelir este "vigoroso" vírus do sucesso e autopromoção, que muitas vezes pode nos afastar do Deus que quer ser adorado e reconhecido? Vírus solto no meio dos que estão na adoração, arte ou mesmo ministérios. Este é o retrato: qualquer um cria ministério ou monta uma igreja, qualquer um tem CD, publica livro, fita, do zelador ao tesoureiro da igreja, do bispo cantor ao segurança da igreja, da filha do diácono ao genro do coordenador da escola dominical. Somos transformados em produtos agora, deixamos de ser pessoas, agora aspirantes a adorados e reconhecidos, roubando muitas vezes o lugar Daquele que deveria ser adorado, admirado e cultuado. Conformando-nos facilmente com isto, amoldamos a nossa consciência e ética cristã de forma distorcida e justificamos tudo e a todos. Temos que resistir! Deus nos ajude! | |
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Nelson Bomilcar é um dos idealizadores do ISA. Para saber mais acesse em "Quem Somos". Ou a sua página pessoal, www.nelsonbomilcar.com.br Fonte: http://www.seradorador.com.br/index.php?pag=artigos&acao=Ler&id=32 |
segunda-feira, 28 de julho de 2008
As Armadilhas na Área da Música
É fácil perceber que alguns pecados tem acompanhado a vida de muitos músicos e cantores cristaos, prejudicando a santidade e a comunhao com Deus.
Os primeiros passos para uma vida de santidade podem ser dados fugindo das obras da carne, reveladas em Gálatas 5.19,20 e 21: "...a prostituiçao, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facçoes, as dissensoes, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias...", e outras impurezas relatadas em 2 Co 12:20: "...contendas, invejas, iras, porfias, detraçoes, mexericos, orgulhos, tumultos..".
Apesar desta grande variedade de obras da carne, quero focar nosso estudo em cima do orgulho, da soberba e da idolatria, e de outras armadilhas que veremos a seguir. Vejo que tais erros tem prejudicado em muito a vida espiritual dos músicos e cantores cristaos, o que um dia já aconteceu comigo. Observe:
1 - O Orgulho:
O orgulho é o elevado conceito que alguém faz de si próprio ou amor-próprio exagerado. Este é um sentimento que todo ser humano muitas vezes esconde no coraçao. Dentro do ambiente da música evangélica, por exemplo, é muito fácil encontrar cristaos envaidecidos pelo conhecimento de louvor, espiritualidade, experiencia musical ou por qualquer outra qualidade que possuem. Por esta razao, o pecado do orgulho é o primeiro problema que decidi pôr em pauta neste capítulo.
Quando a palavra orgulho é mencionada neste estudo, sua citaçao inclui todas as suas palavras relacionadas e sinônimas: vanglória, soberba, vaidade, presunçao infundada e outras. Para iniciar esta parte, vamos partir de alguns trechos fundamentais da Palavra de Deus, seguindo suas explicaçoes:
1.1 - Cuidado com a Vanglória: Gálatas 5:25,26: "Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Nao nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros".
Quando o levita se deixa possuir de vanglória, ele está cometendo dois erros básicos: roubando a glória de Deus e quebrando a comunhao com os irmaos do grupo. O texto acima deixa claro que quando a pessoa deseja glória para si, ela provoca as pessoas que a rodeiam, o que acaba criando barreiras entre os membros do grupo.
No trecho acima, a Bíblia ordena que nós nao nos deixemos possuir de vanglória. Podemos perceber facilmente que uma palavra está intimamente associada a este assunto: os elogios. Tenho visto que muitos músicos cristaos sobem a plataforma para ministrar, esperando ansiosamente por elogios de homens. Este sentimento de ansiosidade ataca os levitas geralmente em eventos onde um grande número de pessoas está envolvido. Todos devem esperar pelo elogio que vem do Senhor, e Ele honrará conforme o seu tempo.
1.2 - A Importância da Humildade no Corpo: Romanos 12.16: "Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei1 com o que é humilde; nao sejais sábios aos vossos próprios olhos".
(1) - condescender = concordar, aceitar, transigir.
A Bíblia deixa claro que os cristaos nao devem tratar uma pessoa diferentemente da outra, mas devem ter o mesmo sentimentos uns para com os outros. Nesta parte do livro quero abrir parenteses ressaltando a importância da humildade no corpo de Cristo. Em 1 Coríntios, o apóstolo Paulo compara a Igreja aos nossos corpos físicos, onde cada membro tem uma funçao especial, mas todos trabalham juntos. Ele diz: "O corpo nao é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque nao sou mao, nao sou do corpo; nem por isso deixa de ser corpo. ...Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve". Paulo continua: "Há muitos membros, mas um só corpo. Nao podem os olhos dizer a mao: Nao precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés" (1 Cor. 12:14-21). Paulo ainda acrescenta que até os membros do corpo que pareçam ser os mais fracos ou os menos úteis sao necessários para que o corpo seja perfeito. Portanto, ninguém pode se orgulhar por algum motivo especial, porque a Palavra diz: "...condescendei com o que é humilde".
Em Romanos 12:3 a 5, a Bíblia diz: "Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que nao pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderaçao, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros tem a mesma funçao, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,...".
1.3 - Ninguém Julgue Ser Alguma Coisa: Gálatas 6:3: "Porque, se alguém julga ser alguma cousa, nao sendo nada, a si mesmo se engana".
Dentro da área musical das igrejas, muitos cristaos tem sido cegados pelo orgulho musical ou espiritual. Isto acaba atrapalhando a obra de Deus. Ao contrário do que vemos por aí, ninguém deve se julgar um bom músico ou um músico espiritual, e se orgulhar nisso. A Bíblia é clara: quem alimenta este sentimento, a si mesmo se engana.
Algum tempo atrás, ouvi um testemunho a respeito de um músico recém convertido numa igreja evangélica na cidade de Nova York. Sua história relata que ele foi tomado por um sentimento de orgulho no início de sua caminhada crista. Como bom cantor e pianista que era, ele pensou que logo após ter aceitado Jesus, seria chamado para cantar e tocar na igreja. Passando-se algum tempo, vendo ele que isto nao acontecia, disse ao seu pastor: "Eu quero trabalhar na obra de Deus! O que eu posso fazer na igreja?". O pastor sabiamente respondeu: "Peque este desintupidor de pia e comece a trabalhar!".
A história acima serve de grande exemplo para nós. Quando uma pessoa é tomada pelo sentimento do orgulho, Deus a coloca lá embaixo. Porém quando a pessoa vive em humildade, Deus a seu tempo a honrará, como já mencionei anteriormente. Ele começa a trabalhar na vida de uma pessoa quando ele encontrar humildade no coraçao dela.
Todos as pessoas que desejam ser usados por Deus, devem estar constantemente orando para que pensamentos e sentimentos soberbos nao entrem em seus coraçoes. Acredito que humildade é uma virtude agradável aos olhos de Deus e um bom início para aqueles que desejam trabalhar nesta área ministerial.
2 - O Show:
Por causa do grande crescimento da música gospel2 nestes últimos tempos, alguns pensamentos extra bíblicos tem afetado o verdadeiro propósito de louvor e adoraçao para o povo de Deus revelados nas Escrituras. É fácil perceber em muitos lugares, que o louvor a Deus está sendo transformado em show, com a finalidade de trazer prazer e entretenimento ao homem. Muitos músicos tem levado na mente um conceito errôneo da palavra inglesa gospel e tem influenciado os jovens a pensar do mesmo modo.
(2) - gospel = god + spell = Palavra de Deus = Evangelho
Antes de mais a explicaçoes sobre o tema quero que o leitor entenda o significado da palavra show quando ela for citada nesta parte deste estudo:
1 - A palavra show deriva da língua inglesa significando apresentaçao. O verbo to show significa mostrar, apresentar, revelar, expor, etc. No dicionário Silveira Bueno de língua portuguesa show se define como espetáculo; apresentaçao musical ou teatral.
2 - Quando a palavra show for citada neste livro, ela abrangerá a apresentaçao musical em si e outras palavras relacionadas, tais como: contrato profissional, cache, empresários, cobrança de ingressos, dinheiro, etc.
Creio que a música utilizada como veículo de louvor a Deus nao deve ser utilizada da mesma forma que a música secular. Este é um problema que facilmente encontramos atualmente. Muitos cristaos tem profissionalizado a música evangélica atual, ganhando rios de dinheiro com isto. Por este motivo, devemos ter cuidado para nao trocar gato por lebre, relembrando a parábola do joio e do trigo.
Há músicos cristaos, hoje em dia, que mudam de igreja ou equipe musical quando começam a achar que nao vao ter um "futuro promissor" nela. Eu, pessoalmente, creio que a música crista deve almejar diferentes propósitos e ter diferentes visoes. Eu nao posso acreditar que ela deva visar dinheiro, lucro, fama, ou qualquer outro motivo nunca citado nas Escrituras.
Algum tempo atrás, um grupo musical cristao muito conhecido foi convidado para vir a Criciúma com o fim de apresentar o seu trabalho as igrejas locais. A estadia deste grupo foi bastante divulgada em pequenos panfletos distribuídos dias antes do "show". Reflita no anúncio publicado:
GRANDE SHOW:
VENHA LOUVAR AO SENHOR COM A BANDA XXXXX !!!
Venha participar deste grande evento onde o pastor XXXXX estará orando por todos!!!
DIA: XX / XX / XX
VALOR DO INGRESSO: R$ 15,00
Ao ler este anúncio, comecei a me indagar sobre o primeiro problema que percebi: "Se algum irmao nao tiver condiçoes financeiras para adquirir o ingresso, ele nao poderá louvar a Deus ou receber oraçao como os demais?".
Um outro problema é que o envolvimento com shows pode prejudicar gravemente as pessoas. Alguns anos atrás, um pastor de uma cidade vizinha contratou um famoso cantor para ele estar no estádio de futebol da cidade ministrando. O valor do cache foi fechado em R$ 20.000,00. No dia do evento caiu uma forte chuva e pouquíssimas pessoas compareceram ao local da apresentaçao. No final da história este pastor teve que vender a casa para pagar o empresário do cantor. Este fato serve de exemplo para todos aqueles que estao envolvidos com a música crista. Na hora de contatar um grupo para ministrar, questione em pensamento: "Se nós dissermos que nao temos condiçoes financeiras para pagar o cache ao grupo, será que eles virao louvar do mesmo jeito?".
É importante que os músicos cristaos criem uma posiçao crítica sobre tudo o que acontece ao redor no ambiente cristao. Há muitos músicos e cantores "disfarçados" que se dizem de Deus, mas possuem alvos e propósitos extra bíblicos. A própria Bíblia nos manda vigiar, isto para que nao sejamos confundidos. Em nenhuma parte das Escrituras nos deparamos com situaçoes onde os levitas cantavam e faziam apresentaçoes para o povo. A verdade é que todo o povo louvava a cantava ao Senhor juntamente com os diretores de música e cantores.
Podemos perceber que nos shows, as atençoes nao sao voltadas a Deus, mas sao geralmente direcionadas a banda que está no palco. Muitos ainda, vao a shows para buscar prazer ao corpo ou um divertimento diferente. Este é outro problema. No livro dos Salmos, Davi enfatiza inúmeras vezes a ordem de louvor direcionada a Deus (Sl 9.11, 18.3, 21.13, 27.6,...). "Louvai ao Senhor", "Salmodiarei ao Senhor", "Cantai ao Senhor", "Engrandecei o Seu Nome", "Celebrai com júbilo ao Senhor", etc. Percebemos que havia uma certa preocupaçao de Davi em conduzir o seu louvor direcionado a Deus e agradá-lo com suas músicas e poesias. Davi entendia o que era louvar a Deus e o fazia bem feito. Este é o propósito da música!
Ouvimos muitos irmaos dando "desculpas" para tocarem shows dizendo que foram chamados para trabalhar com música evangelística. Nada contra isto, mas observamos facilmente que o verdadeiro propósito de muitos é ser reconhecido pelas pessoas e nao ganhar almas para Cristo. Algumas bandas procuram cantar em festas mundanas, concursos musicais e quermesses, dizendo que vao testemunhar de Jesus, porém, muitas vezes isto nao acontece. Nestes casos o estilo de vida dos músicos cristaos começa a passar uma imagem ruim para a sociedade.
As pessoas devem ter em mente que, num período de louvor, todos somos o palco e Deus é o auditório. Ele está sabe tudo o que fazemos em cima do palco e sabe se estamos cantando com sinceridade ou nao.
3 - A Idolatria:
Ao iniciar esta parte quero dar algumas explicaçoes essenciais sobre a pessoa idólatra e a idolatria. Observe:
Idólatra = é o adorador de ídolos.
Idolatria = é o culto que é prestado aos ídolos.
Idolatrar é prestar culto a algum deus ou ídolo. Porém este deus ou ídolo nao precisa necessariamente ter a forma de uma pessoa ou divindade. Algumas pessoas, por exemplo, podem tratar o dinheiro como um deus, tornando-o um objeto de culto e adoraçao. Outras podem colocar líderes religiosos acima de Deus, oferecendo a vida por eles. Sabendo o conceito de idolatria, muitos deverao se perguntar: O que a idolatria tem a ver com a música crista? Vejamos abaixo:
Como todos sabem, a música crista tem enfrentado um espantoso processo de crescimento nestes últimos anos. Podemos perceber que cantores evangélicos tem sido reconhecidos, músicas lindíssimas tem sido compostas, novos grupos de louvor tem se formado, etc. É uma verdadeira revoluçao! No entanto, apesar desta rápido expansao, muitos problemas tem se infiltrado na área musical das igrejas. Um destes problemas é a idolatria musical, como estudaremos a seguir.
A idolatria musical é um pecado escondido, nos coraçoes de muitos músicos e cantores cristaos. No entanto, é extremamente fácil encontrar pessoas que sao apaixonadas pela música, por instrumentos musicais ou sao fas de cantores evangélicos conhecidos.
Dependendo do caso, a idolatria musical de um levita pode abalar profundamente uma equipe de louvor, criando uma série de problemas. Quando um cristao coloca a música acima de Deus, podemos ter certeza que todo o seu grupo corre o risco de ser prejudicado. Voce pode estar se perguntando como isto pode ocorrer.
Eu, pessoalmente, conheço músicos que só participam dos cultos quando sabem que vao ministrar. Há alguns que se forem impedidos de tocar ou cantar, largam a igreja e saem dos caminhos do Senhor. A pessoa com idolatria musical dificilmente participa de oraçoes, vigílias ou estudos bíblicos, porém sempre tem tempo para ensaiar. Para o músico idólatra, a parte mais importante do culto é quando pega o instrumento para tocar. Muitos chegam a esperar ansiosamente por este momento. Estes sao exemplos de idolatria que podem causar um efeito prejudicial na área musical.
Um problema que também observo é que o músico idólatra tem a mania de profissionalizar a música crista, tratando dela como se estivesse no mundo dos negócios. É fácil perceber o envolvimento de contratos, caches, shows e eventos, marketing, direitos autorais e outras características mundanas que já vimos anteriormente. Esta prática acaba fazendo com que bandas gospel, shows evangélicos e até mesmo alguns ritmos se tornem objetos de adoraçao das pessoas. A idolatria musical acaba realmente levando os levitas a se desviarem do propósito de Deus para música.
Um outro problema sério é que a idolatria nao deixa o músico se envolver tanto com a obra de Deus, ou seja, nao há tempo para o trabalho da igreja. Ele, muitas vezes, é freado por um objeto de adoraçao que possui, tendo a possibilidade da dar pouca atençao a Deus e muita atençao a música. Podemos constatar também que o músico idólatra é raramente uma pessoa disponível para a obra. Todo o levita que age desta maneira deve ser ensinado pacientemente pelo seu líder ou pastor.
Para finalizar esta parte quero revelar que o meu objetivo com este estudo nao é condenar a pessoa que gosta de música, nem ao menos esfriar o amor que as pessoas tem por ela, mas os músicos cristaos nao devem coloca-la em primeiro lugar de suas vidas. Todos podem amar a música e usá-la para o louvor e a glória de Deus, porém sem te-la como objeto de adoraçao. É sugestao muito boa é que os músicos compensem o tempo dado a música, com um tempo de atençao a Deus, seja orando, jejuando, adorando, ...
4 - O Sentimentalismo:
Como já sabemos, a melodia de uma música possui um certo poder de inferencia sobre a mente das pessoas. Por esta razao, o sentimentalismo é uma armadilha facilmente encontrada na arte musical. Vejamos:
Quando os músicos se deixam levar pelo lado emocional, o período de louvor da igreja pode ser prejudicado pela falta de flexibilidade dos mesmos. Isto porque o sentimentalismo leva as pessoas a dar preferencia apenas as coisas que lhes agradam, seja no ministrar, na escolha dos cânticos, no estilo musical, etc. As pessoas param de consultar a vontade de Deus antes de louva-lo e nao olham para o público alvo como um todo. Portanto, aqui estao dois problemas sérios:
1 - O sentimentalismo faz o grupo de louvor agradar a minoria da igreja, sendo que cantam apenas um estilo musical;
2 - Muitas vezes os músicos nao pedem a direçao de Deus para escolher o estilo musical compatível com determinadas reunioes especiais (evangelismo, louvor e adoraçao, família, etc)
O sentimentalismo nao acompanha somente o grupo musical. Todos sabemos que as pessoas possuem o seu lado emocional e podemos perceber que na arte musical elas demonstram isto com mais facilidade. Observe esta frases que normalmente ouvimos e que pode expressar o sentimentalismo:
-Por favor, vamos cantar a música tal. Ela é tao linda!
Muitas vezes, a pessoa que a profere nem entendeu ou meditou na mensagem que a música traz, mas ela foi tocada pela melodia.
A questao do agradar um irmao também é um problema sério na área musical. O sentimentalismo leva as pessoas a tentarem agradar um irmao através do cântico de sua preferencia. Outro dia, alguém me pediu que o grupo de louvor entoasse um cântico porque o pregador daquela noite gostava muito dela. É muito comum isto acontecer na área musical da igreja.
O gosto musical humano nao deve de maneira alguma estar a frente de um ministério de louvor. É fácil percebermos que muitos músicos cristaos tem seguido a linha dos cânticos favoritos. É comum ouvirmos:
-Vamos cantar esta música porque a igreja gosta muito dela!
Acredito que Deus deve se questionado até sobre os cânticos a serem ministrados.
O sentimentalismo influencia os grupos de louvor a cantarem apenas as "músicas de sucesso" tocadas nas rádios. Muitas dessas músicas nao trazem edificaçao, mas se tornam sucessos por terem melodias ou por serem interpretadas por cantores evangélicos conhecidos. Por outro lado, há cânticos que tem profundo conteúdo espiritual e trazem mensagens lindíssimas, mas sao simples em melodia.
Como já disse anteriormente, Deus deve ser requisitado para conduzir completamente o grupo de louvor. Em outras palavras, o sentimentalismo humano nao deve influenciar os músicos a ponto de atrapalhar a vontade de Deus nas situaçoes onde Ele quer agir!
...um abraçao em Cristo Jesus e até a próxima,
Ramon Tessmann