quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Uns São e Unção

Uns São e Unção
Pr. João A. de Souza Filho

Nestes últimos dias ouvimos experiências, as mais diversas, de pessoas que testemunham que receberam algum tipo de unção. Unção do leão, unção da águia, unção dos quatros seres viventes – imagine o que poderiam fazer com unção assim – unção da lagartixa, etc. Só não ouvi testemunho algum de alguém que tenha recebido unção do quebrantamento, unção da obediência, unção da paz, etc.

Isso tem me preocupado, porque analisando as experiências de homens de Deus tanto no Antigo como no Novo Testamento não encontro este tipo de unção. Encontro homens ungidos, capacitados, que operam milagres de Deus na terra; homens e mulheres com unção, mas não uma unção específica. Folheando os arquivos da história da igreja também nos deparamos com muita unção; gente que viveu as mais estranhas experiências espirituais, mas nunca uma unção específica. Eram pessoas ungidas com o Ungido.

Explico. É que na Bíblia não encontramos tipos específicos de unção. Encontramos ungidos com a Unção!

Mas o que é unção? João responde: “E vós tendes a unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento... Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou” (1 Jo 2.20,27).

Esse é um dos únicos textos da Bíblia que fala da unção como uma coisa concreta, não um fluído, um som, um vento. Ainda que na experiência de se ter o Espírito Santo a sensação que se sente mexe com a alma, as emoções, o que se recebe é algo concreto; recebe-se a própria Pessoa do Espírito Santo que passa a residir em nós!

João deixa claro que a unção vem de Deus; que ela traz conhecimento; que nos ensina, e que não é falsa. Isto posto, transparece a idéia de que existe unção que é falsa, que  não vem do Santo e que não traz conhecimento! 

Algumas coisas que precisamos entender.

Primeiro. A unção é uma experiência que começa na conversão. É quando o Espírito de Deus passa a residir em nós. “Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Ef. 113). Ouro texto: “Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração” (2 Co 1.21-22). E ainda: “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef 4.30). Nestes textos, vemos que eles falam do Espírito Santo, como uma garantia para a salvação, que nos “carimba”, que nos sela, marcando o objeto de sua posse. Aqui a unção é um selo.

Segundo. Os discípulos receberam o Espírito Santo a primeira vez em João 20.22, e depois foram cheios novamente em Atos 2.4 e depois novamente em Atos 4.31! Ser cheio do Espírito Santo uma vez não garante unção para sempre. Precisamos ser cheios do Espírito Santo todos os dias, continuamente! É algo que ocorre “mediante o seu Espírito no homem interior” (Ef 3.16) e que deve ser cultivado de nossa parte, para que nos enchamos sempre do Espírito. “Enchei-vos do Espírito”, diz Paulo (Ef 5.18). 

Terceiro. Se a unção é algo concreto que recebemos de Deus – por que, então, perdemos o vigor do Espírito, ou sentimos que vazamos da unção? Uma das respostas está em Efésios 4.30. Nós o entristecemos! E as razões porque o Espírito Santo se entristece em nós está escrito em Efésios 4.25 a 29, e depois dos vv. 31-32. Há outros exemplos de entristecimento do Espírito Santo. Paulo aconselha: “Não apaguem o Espírito”!

Quarto. Em 1 João 2.20,27 unção é conhecimento divino. A presença do próprio Espírito Santo.

Quinto. Unção é também separação como nos Salmos 45.7; 89.20. Jesus foi separado, ou ungido pelo Pai, conforme Isaías Is 61.1 fato que se cumpriu em Lucas 4.18. Os utensílios do templo eram “ungidos”, isto é, separados! Em 1 Crônicas 16.22 refere-se a separação de todo o povo de Deus!

Finalmente unção é delegação de autoridade (1 Sm 16.12-23 na unção de Davi e  1 Rs 1.39 na unção a Salomão e que depois é ungido novamente (1 Cr 29.22). – Aqui um precedente: Pode-se ungir (autorizar uma pessoa) várias vezes perante o povo para que este respeite a autoridade de Deus sobre ela!

Conclusão: Unção é Habitação de Deus em nós. Unção é inteligência de Deus em nós; é separação. É delegação de autoridade! A unção é completa e não se manifesta apenas como leão e águia, símbolos de força e altivez, mas como bezerro e homem, símbolos da humildade e de humanidade!

Se alguém teve uma experiência com o Espírito Santo e a experiência a deixou orgulhosa, insubmissa, rebelde, achando que é melhor que os outros; posso garantir que é falsa e que não veio do Espírito da verdade! A verdadeira experiência com o Espírito Santo nos deixa mais humildes, serviçais e nos faz calar.

Unção, portanto, é a Presença do Espírito Santo em nós. Alguns, no entanto, confundem unção com manifestações. A unção pode vir acompanhada de todo tipo de manifestações, mas nem sempre as manifestações significam que temos unção. Às vezes uns são! 

www.pastorjoao.com.br  

Fonte: http://www.asaphborba.com.br/noticia.asp?codigo=281&COD_MENU=117

QUANDO O ARTISTA, A ARTE E O ADORADOR OCUPAM O LUGAR DE QUEM DEVE SER ADORADO - Por Nelson Bomilcar

QUANDO O ARTISTA, A ARTE E O ADORADOR OCUPAM O LUGAR DE QUEM DEVE SER ADORADO - Por Nelson Bomilcar

Caetano em uma de suas canções mais inspiradas sobre São Paulo, lembrou-nos a presença e força de Narciso no coração das pessoas, clamando por aceitação e reconhecimento ou determinando nossos conceitos estéticos do belo.

No princípio do século XX o conceito de personalidade começou a circular no meio cinematográfico. Imaginava-se que a personalidade era constituída das qualidades que caracterizavam as pessoas famosas nesse novo ramo de entretenimento. Esses eram os "astros" que se destacavam na multidão: narcisistas obcecados por chamar atenção para si mesmos.

A propaganda foi usada para incitar e manipular o consumo e seus bens, produção que aumentou após a Segunda Guerra Mundial. Ela procurava ditar o que deveríamos "precisar", "desejar", e o que nos "tornaria felizes". O culto da auto-realização tornou-se um alvo terapêutico e o culto da pessoa era o caminho da felicidade.

Estas noções impregnaram o contexto religioso e social de maneira geral. Noções de auto-importância acentuavam conceitos fantasiosos de liderança e da arte, fantasias de sucessos, poder, brilhantismo e beleza ilimitados, que frustram os que perseguem a realização da alma. Exibicionismo gerando falsas expectativas, sentimento de que o mundo "lhe deve algo" e quando a pessoa não é reconhecida, sente-se inferior, humilhada, com vergonha por não ter conseguido "vingar".

Cria-se um ambiente favorável para a exploração interpessoal, busca-se a competição e o desejo de ver possíveis rivais frustrados e inferiorizados, desaparecendo a empatia e a sensibilidade com os outros. Junte o narcisismo, a propaganda e o contexto de comércio que se cria, e temos uma "equipe" nociva, destruidora e conspiradora contra as boas motivações, valores éticos e morais, e valores do Reino de Deus.

Todos os que atuam na área da música e da adoração, principalmente artistas, autores, compositores e grupos que deixaram registrados suas produções em CDs, DVDs, fitas, livros, etc, passam pela experiência da exposição de sua criação, arte e pensamento em busca também de reconhecimento e aceitação. Junto com a fome de sucesso, caminham em agenda paralela e não oficial (porém é a realidade do coração humano), pois a resposta "oficial" e politicamente correta, se argüidos, à buscar a glória de Deus e ser uma benção para os outros. Resposta automática e instantânea.

Mas, as tentações se apresentam sempre. Como diz o querido pastor Enéas Tognini, "elas continuam as mesmas: a barra de ouro, a barra da saia e a coroa de glória". Pastores e conferencistas tem vivenciado esta experiência também, quando suas mensagens e palestras são transformadas em "produtos" para serem comercializados. As pressões aparecem de todos os lados, dentro e fora, para serem transformados em objetos de culto e adoração, através do sucesso ou da aceitação na mídia.

Vê-se pastores, escritores e líderes de louvor conceituados, participando em programas que pregam o que eles mesmos não acreditam, ou que seus próprios ensinos ou cânticos delatam, mas vestidos de cara de pau e incoerência, fazem tudo para não desprezarem a "oportunidade" de sucesso, aceitação e venderem mais. Tudo muito triste, pois perdem credibilidade e deixam de ser referenciais. O engano da falsa unidade!

Os modelos de fora que aportaram em nossas livrarias e igrejas fomentam o reconhecimento, o culto ao ego; os dons que devem "brilhar" e "serem promovidos", as metas que precisam ser atingidas, e você não pode ser um Zé Mané, discreto, sem aspiração de aparecer, que é logo descartado ou ignorado. Buscar o reconhecimento e sucesso pode alavancar crescimento de nosso selo, gravadora, igreja, missão ou ONG e não podemos abandonar este caminho, dizem alguns.

O Dr. James Houston, fundador do Regent College no Canadá, ensinou que "a última manobra do ego é o cultivo do narcisismo espiritual, isto é, o uso do inconsciente da prática, para aumentar ao invés de reduzir sua própria importância; a busca espiritual e a coisas e práticas espirituais passa a ser um processo ou jornada de auto-engrandecimento, ao invés de uma jornada de aprofundamento da humildade".

Calvino e Wesley mostram que, quando não buscamos a felicidade e a glória de Deus, transformamos a vida religiosa em auto-promoção. A pessoa acredita que Deus a escolheu especialmente para ter habilidades excepcionais e fazer coisas especiais para Ele. O cara que começou aquele "grande ministério", juntou tremendo patrimônio, o homem do descarrego 110 e 220V, que luta contra os demônios B ou C, o músico que enche estádios e aeroportos, �酅olha o narcisista aí, gritando e precisando ser satisfeito.

Hoje, gravadoras, editoras e igrejas evangélicas copiam os modelos secularizados das gravadoras e editoras seculares (até com competência) sem critérios, modelos de gestão em seu negócio, buscando transformar o artista, o líder, ou a denominação na "sensação" nunca vista antes, que tem "uma unção" que ninguém nunca teve, que não deve ter contato pessoal com os outros simples mortais cristãos apreciadores de seu trabalho, apenas no meio da massa. Contam com nossos corações narcisistas, consumistas e sedentos de sucesso.

Vivi a experiência duma geração que fazia tudo por amor mesmo (pastores, missionários, jovens, artistas ou não) e quanto mais desafios, melhor. Quando nos achávamos mesmo servos (inúteis, porém alegres), movidos em servir ao Senhor pela causa que abraçamos, constrangidos pelo amor de Deus por nós, ou pelo amor às pessoas que atingíamos com nosso ministério e com nossa música, ficávamos realizados.

Tempos em que tínhamos alegria de ter contato com o público o tempo todo e não éramos transformados em seres impessoais, não ficávamos reclusos por orientação dos "empresários" evangélicos (não existiam ainda), nos hotéis cinco estrelas ou spas logo após as "gloriosas apresentações", diga-se de passagem, devidamente pagas com cachês astronômicos.

Quer ter contato com o artista ou pregador? Lamento, tente mandar um e-mail, entre no site dele, inscreva-se no seu "fã" clube, aguarde aquela noite de autógrafos quem sabe em sua cidade, e não se esqueça, ore por ele e compre seu material!!! Se o trouxermos para nossa cidade para um evento, provavelmente, você não chegará perto de tamanha "efem�ride", pois foi mitificado e se tornou objeto de adoração, alguns com segurança e tudo.

Estamos sempre tentando cultuar o "narciso" que existe dentro de nós, o nosso ego, até porque, ele teima em comandar nossos sonhos, aspirações, e intenções do coração. Esta é uma herança indiscutível de nossa natureza adâmica. Natureza que busca o reconhecimento de sermos considerados pequenos deuses, objetos de culto e admiração, sem noção de nossa finitude, do Deus Infinito a quem servimos, e da realidade do sucesso transitório e efêmero. Somente o Espírito Santo para dominar "este espírito".

Pode parecer que não defendo o sustento digno de seus trabalhadores e dos artistas, que tem sido, diga-se de passagem, explorados pelas próprias gravadoras e igrejas ao longo dos anos ou que acho não ser possível mostrar a criação para os outros. Não é este o raciocínio ou intenção deste artigo.

Temos que honrar aqueles que tem procurado viver seriamente e honestamente da arte e da pregação. E para isto devemos ter critérios e maturidade. Tenho um amigo muito chegado, grande pregador, que disse que agora ele "só canta" e a mensagem vai "de lambuja", para não ser humilhado após conferências e congressos vendo os artistas ganhando "polpudos cachês" e ele, que "somente" pregou, ganhar aquela oferta vergonhosa de se dar.

Mas temos que reconhecer, na "linguagem de hoje", Jesus teria que espantar os vendilhões do templo, das sacadas do templo, do telhado do templo, das imediações do templo. A pergunta que não quer calar: como lidar para que não se instale e se cultive o Narciso em nossas vidas? Quais vacinas para repelir este "vigoroso" vírus do sucesso e autopromoção, que muitas vezes pode nos afastar do Deus que quer ser adorado e reconhecido? Vírus solto no meio dos que estão na adoração, arte ou mesmo ministérios.

Este é o retrato: qualquer um cria ministério ou monta uma igreja, qualquer um tem CD, publica livro, fita, do zelador ao tesoureiro da igreja, do bispo cantor ao segurança da igreja, da filha do diácono ao genro do coordenador da escola dominical. Somos transformados em produtos agora, deixamos de ser pessoas, agora aspirantes a adorados e reconhecidos, roubando muitas vezes o lugar Daquele que deveria ser adorado, admirado e cultuado. Conformando-nos facilmente com isto, amoldamos a nossa consciência e ética cristã de forma distorcida e justificamos tudo e a todos. Temos que resistir! Deus nos ajude!

Nelson Bomilcar é um dos idealizadores do ISA. Para saber mais acesse em "Quem Somos". Ou a sua página pessoal, www.nelsonbomilcar.com.br

Fonte: http://www.seradorador.com.br/index.php?pag=artigos&acao=Ler&id=32

segunda-feira, 28 de julho de 2008

As Armadilhas na Área da Música

 

É fácil perceber que alguns pecados tem acompanhado a vida de muitos músicos e cantores cristaos, prejudicando a santidade e a comunhao com Deus.

Os primeiros passos para uma vida de santidade podem ser dados fugindo das obras da carne, reveladas em Gálatas 5.19,20 e 21: "...a prostituiçao, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facçoes, as dissensoes, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias...", e outras impurezas relatadas em 2 Co 12:20: "...contendas, invejas, iras, porfias, detraçoes, mexericos, orgulhos, tumultos..".

Apesar desta grande variedade de obras da carne, quero focar nosso estudo em cima do orgulho, da soberba e da idolatria, e de outras armadilhas que veremos a seguir. Vejo que tais erros tem prejudicado em muito a vida espiritual dos músicos e cantores cristaos, o que um dia já aconteceu comigo. Observe:

1 - O Orgulho:

O orgulho é o elevado conceito que alguém faz de si próprio ou amor-próprio exagerado. Este é um sentimento que todo ser humano muitas vezes esconde no coraçao. Dentro do ambiente da música evangélica, por exemplo, é muito fácil encontrar cristaos envaidecidos pelo conhecimento de louvor, espiritualidade, experiencia musical ou por qualquer outra qualidade que possuem. Por esta razao, o pecado do orgulho é o primeiro problema que decidi pôr em pauta neste capítulo.

Quando a palavra orgulho é mencionada neste estudo, sua citaçao inclui todas as suas palavras relacionadas e sinônimas: vanglória, soberba, vaidade, presunçao infundada e outras. Para iniciar esta parte, vamos partir de alguns trechos fundamentais da Palavra de Deus, seguindo suas explicaçoes:

1.1 - Cuidado com a Vanglória: Gálatas 5:25,26: "Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Nao nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros".

Quando o levita se deixa possuir de vanglória, ele está cometendo dois erros básicos: roubando a glória de Deus e quebrando a comunhao com os irmaos do grupo. O texto acima deixa claro que quando a pessoa deseja glória para si, ela provoca as pessoas que a rodeiam, o que acaba criando barreiras entre os membros do grupo.

No trecho acima, a Bíblia ordena que nós nao nos deixemos possuir de vanglória. Podemos perceber facilmente que uma palavra está intimamente associada a este assunto: os elogios. Tenho visto que muitos músicos cristaos sobem a plataforma para ministrar, esperando ansiosamente por elogios de homens. Este sentimento de ansiosidade ataca os levitas geralmente em eventos onde um grande número de pessoas está envolvido. Todos devem esperar pelo elogio que vem do Senhor, e Ele honrará conforme o seu tempo.

1.2 - A Importância da Humildade no Corpo: Romanos 12.16: "Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei1 com o que é humilde; nao sejais sábios aos vossos próprios olhos".
(1) - condescender = concordar, aceitar, transigir.

A Bíblia deixa claro que os cristaos nao devem tratar uma pessoa diferentemente da outra, mas devem ter o mesmo sentimentos uns para com os outros. Nesta parte do livro quero abrir parenteses ressaltando a importância da humildade no corpo de Cristo. Em 1 Coríntios, o apóstolo Paulo compara a Igreja aos nossos corpos físicos, onde cada membro tem uma funçao especial, mas todos trabalham juntos. Ele diz: "O corpo nao é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque nao sou mao, nao sou do corpo; nem por isso deixa de ser corpo. ...Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve". Paulo continua: "Há muitos membros, mas um só corpo. Nao podem os olhos dizer a mao: Nao precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés" (1 Cor. 12:14-21). Paulo ainda acrescenta que até os membros do corpo que pareçam ser os mais fracos ou os menos úteis sao necessários para que o corpo seja perfeito. Portanto, ninguém pode se orgulhar por algum motivo especial, porque a Palavra diz: "...condescendei com o que é humilde".

Em Romanos 12:3 a 5, a Bíblia diz: "Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que nao pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderaçao, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros tem a mesma funçao, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,...".

1.3 - Ninguém Julgue Ser Alguma Coisa: Gálatas 6:3: "Porque, se alguém julga ser alguma cousa, nao sendo nada, a si mesmo se engana".

Dentro da área musical das igrejas, muitos cristaos tem sido cegados pelo orgulho musical ou espiritual. Isto acaba atrapalhando a obra de Deus. Ao contrário do que vemos por aí, ninguém deve se julgar um bom músico ou um músico espiritual, e se orgulhar nisso. A Bíblia é clara: quem alimenta este sentimento, a si mesmo se engana.

Algum tempo atrás, ouvi um testemunho a respeito de um músico recém convertido numa igreja evangélica na cidade de Nova York. Sua história relata que ele foi tomado por um sentimento de orgulho no início de sua caminhada crista. Como bom cantor e pianista que era, ele pensou que logo após ter aceitado Jesus, seria chamado para cantar e tocar na igreja. Passando-se algum tempo, vendo ele que isto nao acontecia, disse ao seu pastor: "Eu quero trabalhar na obra de Deus! O que eu posso fazer na igreja?". O pastor sabiamente respondeu: "Peque este desintupidor de pia e comece a trabalhar!".

A história acima serve de grande exemplo para nós. Quando uma pessoa é tomada pelo sentimento do orgulho, Deus a coloca lá embaixo. Porém quando a pessoa vive em humildade, Deus a seu tempo a honrará, como já mencionei anteriormente. Ele começa a trabalhar na vida de uma pessoa quando ele encontrar humildade no coraçao dela.

Todos as pessoas que desejam ser usados por Deus, devem estar constantemente orando para que pensamentos e sentimentos soberbos nao entrem em seus coraçoes. Acredito que humildade é uma virtude agradável aos olhos de Deus e um bom início para aqueles que desejam trabalhar nesta área ministerial.

2 - O Show:

Por causa do grande crescimento da música gospel2 nestes últimos tempos, alguns pensamentos extra bíblicos tem afetado o verdadeiro propósito de louvor e adoraçao para o povo de Deus revelados nas Escrituras. É fácil perceber em muitos lugares, que o louvor a Deus está sendo transformado em show, com a finalidade de trazer prazer e entretenimento ao homem. Muitos músicos tem levado na mente um conceito errôneo da palavra inglesa gospel e tem influenciado os jovens a pensar do mesmo modo.
(2) - gospel = god + spell = Palavra de Deus = Evangelho

Antes de mais a explicaçoes sobre o tema quero que o leitor entenda o significado da palavra show quando ela for citada nesta parte deste estudo:

1 - A palavra show deriva da língua inglesa significando apresentaçao. O verbo to show significa mostrar, apresentar, revelar, expor, etc. No dicionário Silveira Bueno de língua portuguesa show se define como espetáculo; apresentaçao musical ou teatral.

2 - Quando a palavra show for citada neste livro, ela abrangerá a apresentaçao musical em si e outras palavras relacionadas, tais como: contrato profissional, cache, empresários, cobrança de ingressos, dinheiro, etc.

Creio que a música utilizada como veículo de louvor a Deus nao deve ser utilizada da mesma forma que a música secular. Este é um problema que facilmente encontramos atualmente. Muitos cristaos tem profissionalizado a música evangélica atual, ganhando rios de dinheiro com isto. Por este motivo, devemos ter cuidado para nao trocar gato por lebre, relembrando a parábola do joio e do trigo.

Há músicos cristaos, hoje em dia, que mudam de igreja ou equipe musical quando começam a achar que nao vao ter um "futuro promissor" nela. Eu, pessoalmente, creio que a música crista deve almejar diferentes propósitos e ter diferentes visoes. Eu nao posso acreditar que ela deva visar dinheiro, lucro, fama, ou qualquer outro motivo nunca citado nas Escrituras.

Algum tempo atrás, um grupo musical cristao muito conhecido foi convidado para vir a Criciúma com o fim de apresentar o seu trabalho as igrejas locais. A estadia deste grupo foi bastante divulgada em pequenos panfletos distribuídos dias antes do "show". Reflita no anúncio publicado:

GRANDE SHOW:

VENHA LOUVAR AO SENHOR COM A BANDA XXXXX !!!
Venha participar deste grande evento onde o pastor XXXXX estará orando por todos!!!
DIA: XX / XX / XX
VALOR DO INGRESSO: R$ 15,00

Ao ler este anúncio, comecei a me indagar sobre o primeiro problema que percebi: "Se algum irmao nao tiver condiçoes financeiras para adquirir o ingresso, ele nao poderá louvar a Deus ou receber oraçao como os demais?".

Um outro problema é que o envolvimento com shows pode prejudicar gravemente as pessoas. Alguns anos atrás, um pastor de uma cidade vizinha contratou um famoso cantor para ele estar no estádio de futebol da cidade ministrando. O valor do cache foi fechado em R$ 20.000,00. No dia do evento caiu uma forte chuva e pouquíssimas pessoas compareceram ao local da apresentaçao. No final da história este pastor teve que vender a casa para pagar o empresário do cantor. Este fato serve de exemplo para todos aqueles que estao envolvidos com a música crista. Na hora de contatar um grupo para ministrar, questione em pensamento: "Se nós dissermos que nao temos condiçoes financeiras para pagar o cache ao grupo, será que eles virao louvar do mesmo jeito?".

É importante que os músicos cristaos criem uma posiçao crítica sobre tudo o que acontece ao redor no ambiente cristao. Há muitos músicos e cantores "disfarçados" que se dizem de Deus, mas possuem alvos e propósitos extra bíblicos. A própria Bíblia nos manda vigiar, isto para que nao sejamos confundidos. Em nenhuma parte das Escrituras nos deparamos com situaçoes onde os levitas cantavam e faziam apresentaçoes para o povo. A verdade é que todo o povo louvava a cantava ao Senhor juntamente com os diretores de música e cantores.

Podemos perceber que nos shows, as atençoes nao sao voltadas a Deus, mas sao geralmente direcionadas a banda que está no palco. Muitos ainda, vao a shows para buscar prazer ao corpo ou um divertimento diferente. Este é outro problema. No livro dos Salmos, Davi enfatiza inúmeras vezes a ordem de louvor direcionada a Deus (Sl 9.11, 18.3, 21.13, 27.6,...). "Louvai ao Senhor", "Salmodiarei ao Senhor", "Cantai ao Senhor", "Engrandecei o Seu Nome", "Celebrai com júbilo ao Senhor", etc. Percebemos que havia uma certa preocupaçao de Davi em conduzir o seu louvor direcionado a Deus e agradá-lo com suas músicas e poesias. Davi entendia o que era louvar a Deus e o fazia bem feito. Este é o propósito da música!

Ouvimos muitos irmaos dando "desculpas" para tocarem shows dizendo que foram chamados para trabalhar com música evangelística. Nada contra isto, mas observamos facilmente que o verdadeiro propósito de muitos é ser reconhecido pelas pessoas e nao ganhar almas para Cristo. Algumas bandas procuram cantar em festas mundanas, concursos musicais e quermesses, dizendo que vao testemunhar de Jesus, porém, muitas vezes isto nao acontece. Nestes casos o estilo de vida dos músicos cristaos começa a passar uma imagem ruim para a sociedade.

As pessoas devem ter em mente que, num período de louvor, todos somos o palco e Deus é o auditório. Ele está sabe tudo o que fazemos em cima do palco e sabe se estamos cantando com sinceridade ou nao.

3 - A Idolatria:

Ao iniciar esta parte quero dar algumas explicaçoes essenciais sobre a pessoa idólatra e a idolatria. Observe:

Idólatra = é o adorador de ídolos.
Idolatria = é o culto que é prestado aos ídolos.

Idolatrar é prestar culto a algum deus ou ídolo. Porém este deus ou ídolo nao precisa necessariamente ter a forma de uma pessoa ou divindade. Algumas pessoas, por exemplo, podem tratar o dinheiro como um deus, tornando-o um objeto de culto e adoraçao. Outras podem colocar líderes religiosos acima de Deus, oferecendo a vida por eles. Sabendo o conceito de idolatria, muitos deverao se perguntar: O que a idolatria tem a ver com a música crista? Vejamos abaixo:

Como todos sabem, a música crista tem enfrentado um espantoso processo de crescimento nestes últimos anos. Podemos perceber que cantores evangélicos tem sido reconhecidos, músicas lindíssimas tem sido compostas, novos grupos de louvor tem se formado, etc. É uma verdadeira revoluçao! No entanto, apesar desta rápido expansao, muitos problemas tem se infiltrado na área musical das igrejas. Um destes problemas é a idolatria musical, como estudaremos a seguir.

A idolatria musical é um pecado escondido, nos coraçoes de muitos músicos e cantores cristaos. No entanto, é extremamente fácil encontrar pessoas que sao apaixonadas pela música, por instrumentos musicais ou sao fas de cantores evangélicos conhecidos.

Dependendo do caso, a idolatria musical de um levita pode abalar profundamente uma equipe de louvor, criando uma série de problemas. Quando um cristao coloca a música acima de Deus, podemos ter certeza que todo o seu grupo corre o risco de ser prejudicado. Voce pode estar se perguntando como isto pode ocorrer.

Eu, pessoalmente, conheço músicos que só participam dos cultos quando sabem que vao ministrar. Há alguns que se forem impedidos de tocar ou cantar, largam a igreja e saem dos caminhos do Senhor. A pessoa com idolatria musical dificilmente participa de oraçoes, vigílias ou estudos bíblicos, porém sempre tem tempo para ensaiar. Para o músico idólatra, a parte mais importante do culto é quando pega o instrumento para tocar. Muitos chegam a esperar ansiosamente por este momento. Estes sao exemplos de idolatria que podem causar um efeito prejudicial na área musical.

Um problema que também observo é que o músico idólatra tem a mania de profissionalizar a música crista, tratando dela como se estivesse no mundo dos negócios. É fácil perceber o envolvimento de contratos, caches, shows e eventos, marketing, direitos autorais e outras características mundanas que já vimos anteriormente. Esta prática acaba fazendo com que bandas gospel, shows evangélicos e até mesmo alguns ritmos se tornem objetos de adoraçao das pessoas. A idolatria musical acaba realmente levando os levitas a se desviarem do propósito de Deus para música.

Um outro problema sério é que a idolatria nao deixa o músico se envolver tanto com a obra de Deus, ou seja, nao há tempo para o trabalho da igreja. Ele, muitas vezes, é freado por um objeto de adoraçao que possui, tendo a possibilidade da dar pouca atençao a Deus e muita atençao a música. Podemos constatar também que o músico idólatra é raramente uma pessoa disponível para a obra. Todo o levita que age desta maneira deve ser ensinado pacientemente pelo seu líder ou pastor.

Para finalizar esta parte quero revelar que o meu objetivo com este estudo nao é condenar a pessoa que gosta de música, nem ao menos esfriar o amor que as pessoas tem por ela, mas os músicos cristaos nao devem coloca-la em primeiro lugar de suas vidas. Todos podem amar a música e usá-la para o louvor e a glória de Deus, porém sem te-la como objeto de adoraçao. É sugestao muito boa é que os músicos compensem o tempo dado a música, com um tempo de atençao a Deus, seja orando, jejuando, adorando, ...

4 - O Sentimentalismo:

Como já sabemos, a melodia de uma música possui um certo poder de inferencia sobre a mente das pessoas. Por esta razao, o sentimentalismo é uma armadilha facilmente encontrada na arte musical. Vejamos:

Quando os músicos se deixam levar pelo lado emocional, o período de louvor da igreja pode ser prejudicado pela falta de flexibilidade dos mesmos. Isto porque o sentimentalismo leva as pessoas a dar preferencia apenas as coisas que lhes agradam, seja no ministrar, na escolha dos cânticos, no estilo musical, etc. As pessoas param de consultar a vontade de Deus antes de louva-lo e nao olham para o público alvo como um todo. Portanto, aqui estao dois problemas sérios:

1 - O sentimentalismo faz o grupo de louvor agradar a minoria da igreja, sendo que cantam apenas um estilo musical;

2 - Muitas vezes os músicos nao pedem a direçao de Deus para escolher o estilo musical compatível com determinadas reunioes especiais (evangelismo, louvor e adoraçao, família, etc)

O sentimentalismo nao acompanha somente o grupo musical. Todos sabemos que as pessoas possuem o seu lado emocional e podemos perceber que na arte musical elas demonstram isto com mais facilidade. Observe esta frases que normalmente ouvimos e que pode expressar o sentimentalismo:

-Por favor, vamos cantar a música tal. Ela é tao linda!

Muitas vezes, a pessoa que a profere nem entendeu ou meditou na mensagem que a música traz, mas ela foi tocada pela melodia.

A questao do agradar um irmao também é um problema sério na área musical. O sentimentalismo leva as pessoas a tentarem agradar um irmao através do cântico de sua preferencia. Outro dia, alguém me pediu que o grupo de louvor entoasse um cântico porque o pregador daquela noite gostava muito dela. É muito comum isto acontecer na área musical da igreja.

O gosto musical humano nao deve de maneira alguma estar a frente de um ministério de louvor. É fácil percebermos que muitos músicos cristaos tem seguido a linha dos cânticos favoritos. É comum ouvirmos:

-Vamos cantar esta música porque a igreja gosta muito dela!

Acredito que Deus deve se questionado até sobre os cânticos a serem ministrados.

O sentimentalismo influencia os grupos de louvor a cantarem apenas as "músicas de sucesso" tocadas nas rádios. Muitas dessas músicas nao trazem edificaçao, mas se tornam sucessos por terem melodias ou por serem interpretadas por cantores evangélicos conhecidos. Por outro lado, há cânticos que tem profundo conteúdo espiritual e trazem mensagens lindíssimas, mas sao simples em melodia.

Como já disse anteriormente, Deus deve ser requisitado para conduzir completamente o grupo de louvor. Em outras palavras, o sentimentalismo humano nao deve influenciar os músicos a ponto de atrapalhar a vontade de Deus nas situaçoes onde Ele quer agir!

...um abraçao em Cristo Jesus e até a próxima,

Ramon Tessmann

segunda-feira, 30 de junho de 2008

sábado, 24 de maio de 2008

Los Aristogatos - Escalas y arpegios




do, mi, sol, do, do sol, mi, do
el solfeo es necesario en música
practicar escalas y arpegios
y se canta desde el pecho
y no por la "nariuz"
al cantar escalas y arpegios
ya veras que con el diario practicar
bien se puede en poco tiempo progresar
do, mi sol, mi, do mi, sol, mi
fa, la do, la do
canta tus escalas y arpegios
do, mi, sol, do

do, mi sol, do, do, sol ,mi, do
do, mi, sol, do, do, sol, mi, do
y aunque fácil no lo sea al comenzar
practicando se consigue dominar
si gran musico deseas ser un dia tu
canta escalas y también arpegios

Los Aristogatos - Todos quieren ser ya Gato Jazz.




Todos quieren ser ya Gato Jazz
porque ellos son de los que más saben sincopar.

Cierto! Todos quieren ya tocar
el felino jazz.
La música suave quedó atrás.
Cómo el vals y el tango!

Si escucha un buen jazz
no ambiciona uno más.
Ritmo sabrosón.

Ya cuadrillas no hay
porque en la actualidad
impera el jazz.

Hay muchos que son
sólo burda imitación
pues sólo saben ruido hacer
sin coordinación.

El jazz se debe improvisar
y sincopar,
para eso sólo sirve
ser un Gato Jazz.

Se escucha el trombón
o un buen saxofón
al improvisar.

No hay quien pueda aguantar
sin ponerse a bailar
o también rascar.

Y todos quieren ser ya Gato Jazz
y poder improvisar el jazz de verdad.
Si tocas jazz un rey serás
por donde vas.
Por eso todos quieren ser ya Gato Jazz.

Si me quieren escuchar
vamos el ritmo a cambiar
en blues que salga desde el corazón.

En otro tono hay que tocar
para que yo logre cantar
y que me ayude en la improvisación.

Los otros gatos llegarán
y un buen lugar escogerán
pues todos quieren escuchar,
de nuestra música gozar.

Todos quieren,
todos quieren,
todos quieren
ya ser Gato Jazz...























































domingo, 11 de maio de 2008

Com 1 - Hanon 9 & 10




Agora os exercícios 9 e 10

Com I - Hanon 7 y 8




Exercícios 7 e 8.

Com I - Hanon 5 y 6




Agora os exercícios 5 e 6.

Com 1 - Hanon 3 y 4




Continuação dos exercícios de Hanon. Agora o 3º e o 4º.

Com 1 - Hanon 1 y 2




Referência para quem está estudando os exercícios de Hanon. Aqui estão os 2 primeiros.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Classificação vocal

Você, provavelmente, já está familiarizado ou, pelo menos, já ouviu falar em termos como: Soprano, Contralto, Tenor e Baixo. São as vozes de uma forma de composição bem conhecida: o coral, cujo nome também, popularmente, representa o grupo de pessoas que executa a tal composição (pode-se chamar, mais corretamente, o grupo de coro).

Mas estas não são as únicas possibilidades de classificação das vozes.

Vamos, em primeiro lugar separar as vozes em agudas, médias e graves.

A voz aguda feminina é o Soprano e a masculina é o Tenor. São as vozes encontradas com maior abundância no Brasil.

A voz média feminina é o Meio-soprano (ou Mezzo-soprano) e a masculina é o Barítono. Também são encontradas no Brasil, mas bem menos em relação às vozes agudas.

A voz grave feminina é o Contralto e a masculina o Baixo. São vozes raras no Brasil. O Baixo ainda encontramos, mas o Contralto verdadeiro é raríssimo e tem partituras interpretadas por Mezzo-sopranos Dramáticos (ver mais abaixo). A maioria dos coros tem de valer-se de Barítonos para cantar a linha dos Baixos dos corais. Por outro lado, a Rússia é um exemplo de abundância em vozes médias e graves, notório em seus coros, por outro lado são escassas as vozes ligeiras (sobre as quais falaremos mais abaixo).

Faço aqui um parêntese para um esclarecimento vital. Todos nós já nascemos com um tipo de voz. Nossa voz é o resultado de várias características físicas que herdamos de nossos pais. Por isso, é impossível um Tenor "desenvolver" uma voz de Barítono. Vai, sim, desenvolver sérios problemas vocais se tentar. Deus fez você com esta voz. É um presente dEle a você. Não "fabrique" uma voz que não é a sua. Vai estragar sua voz. E esta, nesta vida, é uma só.

Agora atente para a subdivisão das vozes (veja também a tabela):

Vozes femininas:

  • O Soprano Ligeiro: é o chamado 1º Soprano, que tem por característica uma voz de volume menor, mas que alcança notas muito agudas, além de ter facilidade para cantar notas com ritmo rápido (volaturas). Referências: canto lírico: Joan Sutherland(*), Kathleen Battle(*), Sumi Jo(*); popular: Gal Costa.

  • O Soprano Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. Referências: canto lírico: Renata Tebaldi(*), Victoria de Los Angeles(*).

  • O Soprano Lírico: de voz mais cheia, também possui maior volume. É também chamada de 2ºSoprano. Referências: canto lírico: Kiri Te Kanawa(*), Mirella Freni(*), Renata Scotto(*) ; popular: Elis Regina.

  • O Soprano Dramático: raro e de sonoridade peculiar, é o soprano mais grave. Normalmente tem grande extensão e desenvolve grande volume. Referências: canto lírico: Jessie Norman(*) (polêmica classificação, pois alguns a consideram Mezzo-soprano Lírico).

  • O Mezzo-soprano Lírico: é também chamado em alguns lugares de Mezzo-soprano Ligeiro, pois apesar do timbre grave, assim como o Soprano Ligeiro, tem boa agilidade para volaturas (venho ressaltar que alguns classificam distintamente o Mezzo lírico do ligeiro). Referências: canto lírico: Tereza Berganza(*); popular: Simone.

  • O Mezzo-soprano Dramático: de grande extensão, timbre escuro e bem grave, muitas vezes canta também partituras de Contralto solo, o que pode ocorrer com mais freqüência com o abaixamento natural da voz ao passar os anos. Referências: canto lírico: Olga Borodina(*);

  • O Contralto: como já dissemos, é raro no Brasil. Tem timbre muito escuro e, até pela pouca oportunidade de se ouvir, impressionante. Tem poucos papéis em ópera, a maior parte do repertório está na música barroca e nas obras do séc. XX. Referências: canto lírico: Kathleen Ferrier(*).

    Algumas mulheres, devido a problemas hormonais ou disfunções do aparelho fonador, adquirem uma voz atenorada. A extensão destas vozes é bem curta (às vezes, de no máximo uma oitava) dificultando o desenvolvimento no trabalho de técnica vocal.

    É também importante mencionar a corrente moda que supervaloriza a voz grave feminina. A situação, embalada ao som da música comercial, está crítica, causando confusão no referencial das pessoas. Além de classificações erradas (Sopranos classificados como Mezzo-sopranos e, pasmem, como Contraltos), temos uma atitude prejudicial tanto à saúde quanto à estética da voz, com o incentivo de se cantar só na sua região grave e, na maioria das vezes, forçando muito. Seja ela Contralto, Mezzo-soprano ou Soprano, a voz tem uma tessitura grande, e uma composição agradável e de bom senso estético a utiliza como um todo. É ridículo legar à voz feminina, seja ela de que tipo for, uma região ínfima que não passa de poucas notas no grave. Vozes graves também tem agudos bonitos se bem colocados tecnicamente.

    Vozes masculinas:

  • O Contratenor: é atualmente a voz masculina que treina tecnicamente o falsete para cantar como Contralto. Comum em coros mistos e masculinos europeus que interpretam, principalmente, música dos períodos Renascentista (séc. XVI) e Barroco (do séc. XVII à primeira metade do séc. XVIII). Na liturgia católica não havia canto congregacional (até meados do séc. XX). A música era executada por coros masculinos. Por este motivo usavam-se meninos (os famosos sopraninos e contraltinos), os falsetistas e os castratti(***). O uso de coros apenas masculinos perdurou na liturgia após a reforma protestante. A mulher só participava do canto congregacional (todos os fiéis cantando juntos), reintroduzido por Lutero. Referências de Contratenores (falsetistas - cantando como contraltos) no canto lírico: Andreas Scholl(*), David Daniels (**).

  • O Tenor Ligeiro: também conhecido como 1o Tenor é a voz masculina natural mais aguda, também com facilidade para volaturas. Referência: canto lírico: Juan Diego Florez(**), Niccolai Gedda(*), Salvatore Licitra(*); popular: Steve Wonder, João Alexandre (música cristã).

  • O Tenor Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. Referências: canto lírico: Enrico Caruso(*), Franco Corelli(*).

  • O Tenor Lírico: voz mais rica em harmônicos que a anterior, tem o timbre mais cheio. É também chamado de 2o Tenor. Por erro ou, às vezes, por causa do repertório operístico, alguns Tenores Líricos são chamados de Dramáticos. Referências: Canto lírico: Mario Lanza(*), Plácido Domingo(*); popular: Ed Mota.

  • O Tenor Dramático: assim como o Soprano Dramático desenvolve grande volume, e é mais raro no Brasil. É o Tenor mais grave. Quando intérprete de óperas do Romantismo Germânico (R. Wagner, R. Sttraus) é chamado de Heldentenor (diz-se: réldentênor) ou Tenor Heróico. Referências: canto lírico: Lauritz Melchior(*), Wolfgang Windgassen(*).

  • O Barítono Lírico ou Barítono Central: é comum como terceira voz em quartetos masculinos de música cristã. É importante salientar que alguns Tenores Dramáticos e Líricos podem ser classificados como Barítonos, devido a alguma dificuldade na identificação do timbre. O bom professor, com o desenvolver da técnica do aluno, corrige a classificação e redireciona o trabalho. Isto ocorreu com o conhecido Tenor Plácido Domingo (dos "Três Tenores"), classificado como Barítono, a princípio. Referência: Canto lírico: Thomas Hampson (**) ; Popular: Roberto Frejat.

  • O Barítono Dramático: de voz bem grave e volumosa, é também chamado de Baixo Cantante ou Baixo Barítono (de acordo com o repertório operístico). Muitos dos Baixos de quartetos masculinos de música cristã são, na verdade, Barítonos Dramáticos. Referências: Canto lírico: Bryn Terfel(*) e (**); popular: Emílio Santiago, Tim Maia.

  • O Baixo: tem o timbre bem escuro e potente. É raro mas encontra-se no Brasil. Referências: Canto lírico: Gottlob Frick(*); popular: Alvin Chea (Baixo do Take 6).

  • O Baixo Profundo: timbre escuríssimo, voz potente, impressionante, e muito rara no Brasil, é encontrado com maior facilidade em países eslavos (Rússia, Ucrânia, Letônia, etc.) Referência: Canto lírico: Martti Talvela(*).

    Para referências auditivas com vozes treinadas acesse os sites:

    (*) www.epdlp.com/musica.php (site em espanhol, fácil de entender), clique em "cantantes" e selecione os cantores sugeridos neste artigo com:(*) para conhecer seu timbre em uma gravação e um pouco de sua história (o site dá algumas classificações equivocadas no histórico. Siga as informações deste artigo que foram conferidas com bastante cuidado e esmero com professores de confiança).

    (**) www.handelmania.com/21st.htm (site em inglês) clique na foto do cantor sugerido neste artigo com: (**) e ouça uma gravação para conhecer o timbre.

    (***) Os Castratti: eram os homens que eram castrados quando meninos, antes da puberdade, para a preservação da voz aguda de soprano, mezzo-soprano ou contralto (quando mezzo-soprano ou contralto também chamado de contratenor) num corpo maior, conseqüentemente mais potente. Isso se devia ao fato de que não era permitida a participação da mulher nos serviços religiosos (ver parágrafo sobre contratenores), a não ser nos conventos femininos obviamente. Isso aconteceu a princípio por incentivo à uma vida celibatária em monastérios por parte da Igreja Católica (principalmente nos séc. XVI e XVII, e na sua maioria na Itália). Só depois veio a ser feito com intuitos musicais. No séc. XVII se tornaram muito populares também nas Óperas, pois demonstravam grande virtuosismo e técnica. Alguns se tornaram verdadeiras celebridades da época. O último Castratto de que se tem notícia foi Alessandro Moreschi (1858-1922)(*), cantor italiano do qual se tem o único registro fonográfico desse tipo de voz. Apesar da gravação muito antiga (1902) e do cantor estar longe tecnicamente da qualidade dos Castratti famosos, vale a pena conferir a gravação para se ter uma idéia do timbre.

    Um grande abraço. Que Deus abençoe vocês.

    Até a próxima,

  •  

  • Marcio dos Santos

  • Fonte: http://www.irmaos.com/musica/canto2.jsp

  • sexta-feira, 2 de maio de 2008

    Música na igreja - Por C. S. Lewis

     


    Há duas situações musicais nas quais eu creio que a benção está presente. Uma delas acontece quando um sacerdote ou organista, ele próprio uma pessoa, treinada e de gosto refinado, de forma humilde e carinhosa, sacrifica seus próprios anseios – todos esteticamente corretos – e entrega ao povo uma porção mais humilde e simples, crendo que, assim, conseguirá levá-los para mais perto de Deus.
    A outra situação ocorre quando outra pessoa, totalmente ignorante em termos musicais e artísticos, ouve humilde e pacientemente uma obra que é incapaz de apreciar por inteiro, crendo que, de alguma forma, ela glorifica a Deus. Caso não edificar aquele ouvinte inculto, ele assume que a falha deve estar nele, e não no executante.
    Nem o erudito nem o ignorante devem se desviar desse caminho. A música terá sido um canal da graça para ambos; não a música que os agradou, mas aquela que os desagradou. Ambos sacrificaram e ofereceram seus gostos no mais profundo dos sentidos.
    Mas no lado oposto dessas situações, quando o músico se enche de orgulho de suas habilidades ou é contaminado pelo vírus da emulação e olha com desdém para a congregação que não apreciou seu desempenho, ou ainda quando o inculto se fecha em sua ignorância e conservadorismo, olhando, com a hostilidade típica do complexo de inferioridade, para todos aqueles que desejam melhorar seu gosto – aí, então, podemos estar certos de que tudo o que ambos ofereceram não é abençoado, e que o espírito que os motiva não é o Espírito Santo.

    Intenção Musical

    A mim parece muito importante definer cuidadosamente a forma, ou as formas, de música que podem glorificar a Deus. Num certo  sentido, todos os agentes naturais, mesmo os inanimados, glorificam a Deus continuamente, revelando o poder d’Aquele que os criou. Neste sentido nós, como agentes naturais, fazemos o mesmo. Neste nível, nossas más ações, ainda que  demonstrem nossas habilidades e força, podem ser consideradas como glorificação a Deus, assim como nossas boas ações. Uma peça musical excelentemente tocada, como uma ação natural que revela em um alto grau os poderes peculiares dados aos homens, irá sempre glorificar a Deus, qualquer que tenha sido a intenção do músico. Mas esta é uma forma de glorificar que nós compartilhamos com ´as feras e os grandes abismos´, com o ´gelo e a neve´. O que é procurado em nós, como homens, é uma outra forma de glorificar, que depende da intenção. Quão fácil ou quão difícil pode ser para um coral inteiro preservar a intenção durante as discussões e decisões, todas as correções e desapontamentos, toda a rivalidade e ambição, que precedem a apresentação de um grande trabalho, eu ( naturalmente) não sei. Mas é da intenção que tudo depende. Se for bem sucedido, eu acho que os artistas são os mais felizes dos homens: privilegiados como mortais para honrar a Deus como anjos e por alguns poucos preciosos momentos, ver espírito e carne, trabalho e gozo, talento e adoração, o natural e o sobrenatural, todos fundidos numa unidade que deveria ter existido antes da queda.

    Extraído de um ensaio entitulado ‘On Church Music’ (Sobre música na igreja) de C. S. Lewis que pode ser encontrado numa publicação atual chamada ‘Christian Reflections’ publicada por Wm. B. Eerdmans Publishing Co. ISBN: 0802808697.
    Fonte:
    http://www.vineyardmusic.com.br/treinamento-artigos.asp?p=1&idA=130

    segunda-feira, 28 de abril de 2008

    Tu me amas ? - Por Luciano Subirá

    Amor ao Senhor


    19 de Janeiro de 2006

    Tu me amas?

    por Luciano Subirá


    No ano de 1994 Deus falou comigo de uma forma diferente. Eu era ainda novo no ministério, com apenas alguns poucos de experiência como pregador. Ainda era solteiro e na ocasião morava na cidade de Guarapuava, no Estado do Paraná, onde por nove anos auxiliei no estabelecimento e pastoreamento da Comunidade Vida. Era uma quinta-feira, e tudo começou durante um delicioso almoço que eu havia desfrutado na casa de dois irmãos queridos: Barbosa e Dirlei. A irmã Dirlei disse que sua filha Tássia havia tido um sonho muito impactante naquela noite, e queria que ela pudesse compartilhar comigo; na ocasião ela tinha apenas sete anos. Ressaltou que ela quase não havia conseguido compartilhar com eles, pois se emocionava ao lembrar a experiência e tentar contá-la.
     
    Lutando contra o choro, aquela menina contou que havia sonhado com um de nossos cultos, e vira quando eu subira à plataforma para pregar. Naquele momento ela viu o telhado de zinco do barracão onde nos reuníamos ser enrolado e se abrir, bem como os céus acima de nós. Então ela viu o Senhor Jesus descer dos céus até o púlpito da igreja. E de forma gentil Ele me abraçou e disse que eu poderia me sentar porque Ele é quem pregaria para a igreja naquela noite.
     
    Tento imaginar o que foi esta experiência para aquela irmãzinha na ocasião. Eu que não sonhei nada, apenas a ouvi, fui envolvido por uma indescritível sensação da presença de Deus.
     
    Teríamos um culto naquela noite e eu sabia que a mensagem não era literal, mas sabia que Deus estava tentando falar comigo. Quase não suportei esperar a hora de chegar em casa para orar e buscar ao Senhor, e quando o fiz, fui muito visitado pelo Senhor. Sabia que Deus queria fazer algo diferente naquele dia. Foi então que, entre lágrimas e soluços supliquei ao Senhor que me ajudasse a entender o que estava acontecendo e o que ele queria me falar com aquilo. E ouvi o Espírito Santo dizendo claramente que eu deveria deixar de lado a mensagem que havia preparado, pois Ele queria falar com a igreja algo muito específico. Me fez entender que a mensagem do sonho não era a de que eu deveria me sentar literalmente, mas deixar de lado o que eu queria falar para que Ele pudesse falar com sua igreja.
     
    Decidi de imediato abandonar o esboço que se encontrava pronto e questionei o que Deus queria comunicar naquela noite. Então ouvi o Espírito Santo falando pela segunda vez de uma forma muito clara: "Estou tentando falar com a minha Igreja desde o culto de domingo e vocês não me permitiram".
     
    Nesta hora, as escamas caíram de meus olhos e pude ver e entender tudo tão claramente. Era quinta-feira. Tivemos o culto de domingo à noite e uma reunião na terça-feira à tarde, e esta seria nossa terceira reunião naquela semana. No fim da reunião de terça-feira à tarde, a irmã Maria, que estava conosco desde o início da igreja havia me contado uma experiência incomum.
     
    Relatou-me que no culto de domingo tivera uma visão fantástica. Apesar de estar com seus olhos abertos e todos os sentidos funcionando normalmente, viu o teto de zinco do barracão onde a igreja encontrava-se instalada naquele tempo ser enrolado para os lados e então viu o céu também se abrir e viu uma pessoa gloriosa. Seu rosto brilhava como o sol e ela não podia ver sua forma, pois era difícil contemplar aquele brilho. Viu também que ele estava envolvido em chamas até a altura de sua cintura e rodeado de anjos. Um de seus braços se encontrava estendido para o lado e pela cicatriz em sua mão ela soube para quem estava olhando. Com a outra mão estendida em direção da igreja, e com o dedo em riste ele perguntava em alta voz: "Tu me amas?"
     
    Repetiu este ato por três vezes seguidas e sua voz parecia um trovão. A irmã Maria disse que achou que todos viam e ouviam o que ela estava presenciando, mas como percebeu que todos reagiam normalmente como em qualquer outra reunião, entendeu se tratar de uma visão. Ela ficou tão impactada que sequer teve coragem de falar a respeito da experiência. Suas forças sumiram e praticamente ficou de cama até nosso culto da terça-feira à tarde, ao fim do qual me contou a visão. Perguntei-lhe se entendia que aquela mensagem era só para ela ou se era para toda a igreja. Ela estava convicta de que era para toda a igreja. Chamei-lhe a atenção por não ter falado nada antes, pois duas reuniões haviam se passado sem que pudéssemos compartilhar com a igreja.
     
    Mas apesar de ter lhe chamado a atenção, não pedi que ela falasse nada na próxima reunião e nem sequer orei sobre isto. Não entendo como pude ser tão insensível, mas fui. Amo o mover profético na igreja e creio no fluir dos dons do Espírito Santo para a edificação do corpo, mas confesso que não sei porque não pensei mais naquilo. Não é todo dia que pessoas recebem de Deus uma visão aberta e sonham desta forma. Mas mesmo diante de tudo isto, demorei tanto para entender o que o Senhor queria falar. Isto tem me ensinado que nem sempre estamos tão receptivos ao Espírito Santo como achamos estar. Então chegou a quinta-feira, dois dias depois de ter ouvido sobre aquela visão aberta. E agora havia uma nova visão me chamando a atenção para o fato de que o Senhor queria falar com a sua igreja.
     
    Hoje, ao olhar para trás e me lembrar destas experiências, sinto-me como os discípulos no caminho de Emáus. E me pergunto: como não vi e entendi antes o que o Senhor estava tentando nos dizer? Mas sob uma forte visitação do Espírito Santo percebi naquela quinta-feira à tarde que aquele era um momento profético de correção e ensino para mim a para toda a igreja. E questionei: "Pai querido, o que o Senhor quer falar com sua igreja?"
     
    E novamente fui surpreendido pela clareza da voz do Espírito Santo. Deixe-me dizer que não experimento isto sempre; esta foi uma forma incomum de ouvir ao Senhor e receber um esboço de mensagem. Mas foi assim que aconteceu. Ele me perguntou qual texto da Escritura Sagrada me vinha à mente ao recordar a visão que a irmã Maria tivera. Abri em João 21 onde Jesus fala assim com Pedro e li o texto várias vezes, mas não conseguia entender o que havia ali. Então o Espírito Santo me mandou alistar três tópicos na folha de papel que trazia à mão, e falou comigo como nunca falara antes.
     
    Cheguei a ter algumas experiências parecidas nestes últimos nove anos, mas foram poucas. E isto me fez entender a importância do assunto e a natureza da comissão que ele me dava: repartir isto com a sua igreja. Nestes anos que se seguiram preguei sobre o assunto poucas vezes e só agora sinto que chegou o tempo de escrever e compartilhar isto com a Igreja do Senhor de forma mais abrangente.
     
    Estou certo de que Deus falará ao seu coração. Esta não é só uma palavra de ensino, é um chamado profético de Deus à sua Igreja. Portanto, “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.29). Naquele dia o Senhor falou muito comigo sobre o nosso amor para com Ele. E tudo começou a partir deste texto bíblico:
     
    “Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas”. (João 21.15-17)
     
    Nesta ocasião Ele me deu três princípios extraídos desta conversa que teve com Pedro, transcrita nos versículos acima:
     
    1. Necessidade de auto-avaliação
    2. O amor pode crescer
    3. O amor se expressa em ações
    Nas próximas páginas quero falar um pouco sobre cada um deles.
     
    A NECESSIDADE DE AUTO-AVALIAÇÃO
     
    O primeiro princípio que o Senhor me mostrou naquele dia foi que todos temos a necessidade de passar por uma sincera auto-avaliação de nosso amor. Por que o Senhor pergunta por três vezes sobre o mesmo assunto?
     
    Na verdade, Jesus não precisava perguntar acerca de coisa nenhuma, visto que após sua ressurreição e conseqüente glorificação, o atributo da onisciência do qual Cristo se despira temporariamente voltara a operar em plenitude na sua vida. Então, se sabia todas as coisas e ainda assim questionou a Pedro, concluímos que o fez não por necessidade da resposta, mas para conduzir o apóstolo a uma sincera auto-avaliação.
     
    Creio que o que o Senhor queria era justamente isto; levar Pedro a olhar dentro de si mesmo e reconhecer onde ele estava em relação ao seu amor a Cristo. Muitas vezes podemos até nos enganar em nosso julgamento, sobre o quanto amamos ao Senhor. O profeta Jeremias declarou, pelo Espírito Santo:
     
    “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9)
     
    Vemos isto de forma específica na vida do apóstolo Pedro; ele achava que seu amor por Jesus era muito maior do que aquilo que veio a demonstrar depois. Pelas promessas que fez (e não cumpriu) percebemos que ele estava enganado acerca do amor que achava ter pelo Senhor:
     
    “Então, lhes disse Jesus: Todos vós vos escanda-lizareis, porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas. Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galiléia. Disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, eu, jamais! Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes. Mas ele insistia com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. Assim disseram todos.” (Marcos 14.27-31)
     
    “Ainda que todos se escandalizem, eu, jamais!” Você percebe esta mentalidade em Pedro? Ele se achava tremendamente fiel ao Senhor, mas estava prestes a descobrir que não era tudo o que pensava ser. E embora nosso enfoque esteja em Pedro, que se achou melhor que os outros, note que cada um deles disse que se preciso fosse morreria com Jesus. Eles realmente acreditavam em sua espiritualidade e fidelidade!
     
    Mas na hora em que Cristo foi preso, todos fugiram (Mc 14.50). Nenhum deles ficou por perto. Mesmo não abandonando completamente a Jesus, Pedro permaneceu à distância, de onde pudesse satisfazer sua curiosidade do que viria a ocorrer, mas ao mesmo tempo salvar sua pele.
     
    “Pedro seguira-o de longe até ao interior do pátio do sumo sacerdote e estava assentado entre os serventuários, aquentando-se ao fogo.” (Marcos 14.54)
     
    E foi este distanciamento que o levou ao passo seguinte, já antes profetizado pelo Mestre: negar a Jesus.
     
    “Estando Pedro embaixo no pátio, veio uma das criadas do sumo sacerdote e, vendo a Pedro, que se aquentava, fixou-o e disse: Tu também estavas com Jesus, o Nazareno. Mas ele o negou, dizendo: Não o conheço, nem compreendo o que dizes. E saiu para o alpendre. [E o galo cantou.] E a criada, vendo-o, tornou a dizer aos circunstantes: Este é um deles. Mas ele outra vez o negou. E, pouco depois, os que ali estavam disseram a Pedro: Verdadeiramente, és um deles, porque também tu és galileu. Ele, porém, começou a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais! E logo cantou o galo pela segunda vez. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes. E, caindo em si, desatou a chorar.” (Marcos 14.67-72)
     
    Mateus declara em seu evangelho que Pedro chorou amargamente. Marcos enfatiza que ele irrompeu em prantos assim que “caiu em si”. O fato dele ter caído em si quando o galo cantou, mostra que até então estava um pouco fora de si. Nosso coração muitas vezes nos engana, levando-nos a achar que amamos mais do que realmente amamos. Pedro havia fantasiado seu amor e fidelidade ao Senhor; construíra também um sentimento de grandeza em si, e de repente tudo foi para o chão. Ele descobriu que não era tão forte assim; descobriu também que há uma grande distância entre o que achamos ser e o que de fato somos. É por isso que o Novo Testamento enfatiza muito o cuidado para que não nos enganemos a nós mesmos. Na carta aos romanos, Paulo declarou: “...digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém, antes, pense com moderação...” (Rm 12.3).
     
    Uma avaliação superficial talvez não nos leve a compreender quão falho ainda é o nosso amor. E não enxergando nossa fragilidade, estamos impedidos de crescer e buscar a maturidade. Examine seu coração. Peça ao Espírito Santo que lhe mostre onde você realmente se encontra no que tange ao amor ao Senhor.
     
    O AMOR PODE CRESCER
     
    O segundo princípio que o Senhor me mostrou naquele dia foi que nosso amor pode crescer. Descobrir nosso aspecto falho nesta matéria não deve nos levar a um lugar de culpa ou condenação, e sim de estímulo ao crescimento. Quando reconhecemos a distância a que estamos do alvo, devemos nos sentir ainda mais impulsionados a alcançá-lo.
     
    Lembre-se que antes Simão Pedro achava que amava ao Senhor Jesus à ponto de dar sua própria vida por Ele, e de repente veio a descobrir que não era tudo o que pensava ser e nem tampouco amava tanto quanto achava. E depois de sua decepção, Pedro passa a achar que não amava tanto o Senhor; é dentro deste dilema vivido pelo apóstolo, que Cristo o leva a examinar-se a si mesmo e localizar-se espiritualmente onde ele verdadeiramente estava quanto ao seu amor.
     
    Vemos isto na maneira como as perguntas lhe foram feitas pelo Senhor e pela promessa que ele lhe fez depois delas. Há um jogo de palavras no original grego que não percebemos na tradução do Português; trata-se da palavra “amor”. O grego usa palavras diferentes para conotar expressões diferentes do amor; se a referência ao amor é física, sexual, então a palavra grega empregada é “eros”; se a conotação do amor for fraternal, então é “fileo”; e quando trata-se um amor perfeito, intenso, do tipo de Deus, a palavra usada é “ágape”. No português não temos este tipo de distinção; contudo, Jesus usou diferentes tipos de palavras na conversa com Pedro.
     
    Na primeira pergunta, Ele diz: "Tu me amas (ágape)?"
     
    E Pedro lhe responde: "Tu sabes que te amo (fileo)."
     
    Na segunda vez se dá o mesmo, Jesus pergunta se Pedro o ama no nível mais alto de amor – ágape – e Pedro reconhece que ama, mas nem tanto: seu amor era só fileo. Como não consegue levar Pedro ao seu nível, Jesus desce ao dele e na terceira vez lhe pergunta: "Tu me amas (fileo)?"
     
    E então Pedro diz: "Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo (fileo)."
     
    É como se por mais uma vez ele afirmasse: "O meu amor não vai além disto e eu não quero me enganar de novo."
     
    Portanto para as perguntas de Jesus a Pedro: “Você me ama?”, as respostas foram: “Senhor, você sabe que eu gosto de você”. Mas a beleza desta conversa está no fato de que, ainda que Jesus não tenha ouvido da boca de Pedro que ele o amasse a ponto de morrer, o Mestre afirma que Pedro ainda viria a glorificar a Deus através de sua morte:
     
    “Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias: mas, quando já fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde tu não queiras. E disse isso significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isso, disse-lhe: Segue-me”. (João 21.18,19)
     
    Ao dizer a Pedro que ele morreria, Jesus estava declarando que chegaria o dia em que ele amaria tanto ao Senhor como achou que amava no começo. E nesta promessa de que Pedro daria sua vida por Ele, Jesus declarou até mesmo que tipo de morte seria; o apóstolo estenderia suas mãos, um tipo de morte comum nos dias do Império romano: a crucificação. E a tradição diz que quando o imperador Nero mandou crucificá-lo (entre 64 a 67 d.c.), Pedro teria dito: "Não sou digno de morrer como o meu Senhor." E então teria pedido que o crucificassem de cabeça para baixo, o quê, se de fato ocorreu, foi uma demonstração ainda maior de amor a Jesus Cristo.
     
    Durante muito tempo achei que Jesus fez as três perguntas a Simão Pedro como uma forma de dar a ele a chance de consertar suas três negações. Mas ao examinar este jogo de palavras, vemos que o Senhor, além de levar o apóstolo à conclusão de que ainda não amava o quanto devia, inspira-o também a crer que chegaria o momento em que atingiria esta maturidade.
     
    É importante destacar isto: o Senhor acredita em nós mais do que nós mesmos! Ele vê nosso potencial de sucesso quando só enxergamos nossas falhas. Ele vê nosso futuro quando só nos prendemos ao nosso passado. Ele consegue dizer a cada um de nós quando falhamos em expressar nosso amor a Ele: "Eu acredito que você ainda vai chegar lá".
     
    Assim como Pedro teve sua chama de esperança acesa, também o devemos ter. Mesmo que nosso coração ainda não esteja no nível de amor que deveria, podemos nos mover decididos ao crescimento deste amor!
     
    O AMOR SE EXPRESSA EM AÇÕES
     
    O terceiro princípio que o Senhor me mostrou naquele dia foi que o verdadeiro amor não se limita apenas a palavras, mas se expressa em ações. O apóstolo João ecreveu acerca disto:
     
    “Mas aquele que tiver bens do mundo e vir seu irmão em necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de língua, mas por obras e em verdade”. (1 João 3.17,18)
     
    Em outras palavras, João estava dizendo que só falar de amor ao irmão é fácil, mas temos que demonstrar por nossas obras a veracidade do que falamos. Nossas ações devem fazer coro com nossas afirmações. E isto não apenas no que tange ao amor ao próximo, mas principalmente no que diz respeito ao nosso amor pelo Senhor. Só declararmos e cantarmos acerca deste amor não é suficiente. O Senhor Jesus protestou a respeito:
     
    “Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram”... (Marcos 7.6,7)
     
    Não adianta ter uma declaração de amor nos lábios e o coração e atitude não estarem em harmonia. O amor deve se expressar por meio de ações.
     
    Na conversa de Jesus com Pedro acerca do amor ao senhor vemos algo interessante. Depois de cada pergunta do Mestre, com conseqüentes respostas de afirmação de amor de Pedro, o Senhor lhe pediu que apascentasse suas ovelhas. Por quê? Porque quem ama, trabalha! Seria o equivalente a declarar: "Se você me ama, ame o que eu também amo e faça algo para mim".
     
    Quem ama age como tal. Expressa isto em ações de louvor e gratidão, de serviço e muito mais. Precisamos entender este princípio e aprender a expressar nosso amor ao Senhor não só por meio de palavras ou de canções de adoração, mas por meio de trabalho.
     
    O exercício do ministério é uma manifestação de amor ao Senhor Jesus Cristo. Em função disto, não entendo como tantos crentes conseguem apenas “esquentar os bancos” (ou cadeiras) de uma igreja. Somos parte de uma geração que não quer servir, somente ser servida! Sei que o serviço não é mais importante que estar com o Senhor e desfrutar de sua presença; Marta que o diga (Lc 10.41,42)! Entretanto, deveríamos dizer que embora não substitui o estar com o Senhor, é um bom complemento ou atividade subseqüente para expressar nosso amor.
     
    Você está engajado na obra do Senhor? Não falo sobre o ministério em tempo integral, mas acerca do cristianismo em tempo integral! Você procura ganhar almas para Cristo? Ajuda a cuidar delas de alguma forma? Participa de algum ministério em sua igreja? Procura servir, ainda que seja naquelas coisas aparentemente mais simples?
     
    A Igreja jamais cumprirá a grande comissão se o Corpo não for mobilizado ao trabalho. A idéia antiga de um pequeno clero trabalhando em prol dos leigos precisa ser definitivamente banida! Jesus morreu para nos salvar e nos transformar em ministros (sacerdotes):
     
    “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de receber o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e compraste para Deus com o teu sangue homens de toda a tribo, e língua, e povo e nação, e lhes fizeste para nosso Deus reino e sacerdotes, e reinarão sobre a terra”. (Apocalipse 5.9,10)
     
    Examine sua própria vida e procure sua expressão de amor na forma de serviço, de ministério. Se isto não está acontecendo, algo tem que mudar. Ou seu amor por Jesus ainda é pouco expressivo e precisa ser fortalecido, ou você, apesar de todo seu amor por Cristo, não tem sabido expressá-lo direito e precisa começar a servir.

    sexta-feira, 25 de abril de 2008

    Impregnado de adoração

    Impregnado de adoração

    Talvez eu esteja generalizando, mas via de regra tenho a impressão de que a maioria das vezes em que somos orientados a exercitar a adoração, algo soa como a sugestão de uma ação que deveria surgir do sentimento de “obrigação religiosa”. Parece-me que temos sido estimulados a fazer adoração e, sinceramente, nada soaria mais estranho ao princípio Cristão, ensinado nas Escrituras, do que tal atitude.

    Adoração pode estar, sucintamente, sendo transformada numa mera tarefa psicológica travestida de cunho “espiritual”.Não resta dúvida de que adoração tem caráter de ação. Porém, adoração não é movida por obrigação, mas pela condição existencial e pela realidade natural do coração. Se o que falei lhe pareceu confuso ou estranho, contemple o exemplo de Maria: sua adoração não foi comandada pelo anjo, mas vazou dos poros de sua mais profunda condição espiritual. Adoração fazia parte do seu ser. Adoração não foi uma tarefa para Maria, mas a resposta que ela manifestou à ação do Eterno em seu espírito. Adoração foi a reação de Maria.

    VIDA E VIVÊNCIA

    Ao longo dos anos presenciamos diversas reviravoltas no cenário litúrgico cristão: versões diferentes de hinos e hinários; mobílias que inspiram e/ou facilitam a “adoração” (bancos, cadeiras ou poltronas?); liturgia tradicional ou renovada; adoração reformada, pentecostal ou profética. A lista de exemplos poderia se expandir imensamente. Não que eu pense que estas fases sejam ruins, ilegítimas ou que já tenham findado. Pelo contrário, creio que são pertinentes, uma vez que o Corpo é um só, mas a diversidade de seus membros deve ser respeitada. E, ainda, vejo que nossa condição humana — tão volúvel — e a transitoriedade de nossos posicionamentos sociais podem nos levar a adotar expressões litúrgicas totalmente diferentes uns dos outros. A grande questão, no entanto, tem a ver com a essencialidade da adoração. Repetidas vezes ouvimos e afirmamos: “adoração é um estilo de vida”. Uma vez que essa declaração tem se tornado um de nossos muitos clichês, urge o momento de mudarmos nossa tática. Alguém já disse, há muito tempo, que “o maior ensino é o exemplo”.

    Em nossa cultura religiosa, estilo de vida pode ser algo entendido de maneira parcial e tendenciosa, dependendo exclusivamente do contexto religioso, teológico e denominacional no qual está inserido. Portanto, penso que deveríamos conectar duas expressões existenciais em nossa adoração: vida e vivência.

    A vida é a essência do nosso ser, quem somos. Ela pode ser vista e compreendida a partir do que somos. Se uma visita celestial veio ao nosso encontro (Jo. 1:10-14), tal como se deu com Maria, a vida passou a impregnar o nosso ser (II Co. 5:17). Uma ação divina se instaurou na direção de nossa existência. O favor de Deus se manifestou em nosso caminho e, por causa disso, somos levados a reagir a todo o momento, em todas as circunstâncias, dentro e fora das reuniões e dos templos, com o mais ardente espírito de adoração. Isto diz respeito agora à nossa vivência.


    Existimos como adoradores. Todas as nossas atitudes agora devem expressar disponibilidade total de serviço e cumprimento da vontade de Deus, tal como foi a reação de Maria e o mandamento do nosso Senhor (Mt.6:33). Se adoração se tornar característica de nossa vivência, ela deixará de ser um elemento litúrgico ou rótulo de iniciativas ministeriais para se manifestar, novamente, como expressão de rendição e verdadeira demonstração de amor ao Senhor: um amor que transcenderá às costumeiras declarações que fazemos em nossos cânticos. Isso por que, segundo o Senhor Jesus os que o amam são aqueles que obedecem à sua palavra (Jo. 14:21,23).


    A adoração é, enfim, uma reação que surge de um espírito impregnado de voluntariedade, disponibilidade e serviço. Foi isso o que Deus achou em Maria. Isso faz com que mudemos a nossa perspectiva de adoração e, ainda, a nossa expectativa de culto. Afinal, se Deus vem a nós, em nossos encontros, reuniões e cultos, a nossa atitude adoradora deve ser uma só: “Reina em mim e cumpra em minha vida a sua vontade!” Amém.



    Artigo extraído do site www.vineyardmusic.com.br

    Falsa Adoração - http://www.gospelmais.com.br/artigos/340/falsa-adoracao.html

    Falsa Adoração

     
    Amós 4 - Afasta de mim o estrépido de seus cânticos.

    Qual é a adoração que Deus realmente espera de nós? Qual é o som e a canção que Ele verdadeiramente espera de nós? Será que nossos dons e talentos fazem algum barulho no trono de Deus? Será que Ele consegue ouvir canções e vozes lindas, mas corações ocos e vazios? Qual é o verdadeiro som que ecoa no céu?

    Formas: barulhos, músicas, contrição, canções.

    Adoração: vida, passos, escolhas, obediência, entrega, amor, perdão, compaixão. Adoração em verdade gera frutos, barulhos que refletem o que nós somos. Precisamos fazer barulhos que refletem a verdade em nós.

    Deus quer que cantemos a canção do Seu coração. O salmista fazia isso. Que tipo de adoração eu e minha geração temos oferecido ao Senhor?

    Amós 5:10 - A verdadeira adoração gera quebrantamento.

    Deus quer a geração que acolhe o perdido, o necessitado, que tenha compaixão dos órfãos, viúvas = Ação da Adoração.

    Precisamos deixar os púlpitos, largar o microfone e descer na verdadeira adoração. Sabem quais são os maiores adoradores para Deus? Talvez nem conhecemos seus nomes, porque estão nas favelas, morros, em outras nações.

    É muito fácil cantarmos ao Senhor, ficamos cheios do nosso ego e ainda de brinde ganhamos exposição, mas é no lugar mais perigoso onde o diabo trava a batalha. Por isso precisamos estar firmes e inabaláveis. Onde nada corrompe, porque a minha vida não está baseada em barulhos e sim na verdade. Suba a um nível de adoração. Deseje os perdidos. Vá ao nível de responsabilidade social.

    Um CD é conseqüência da sua intimidade com Deus e isso não é nada para o Senhor. O reconhecimento dos homens pode roubar o que Deus tem para você.

    Líderes caindo, Sauls: é a história das outras gerações, mas Deus está levantando a geração de Samuel, de Davi, incorruptível. Uma geração que não troca sua primícia por um prato de lentilhas, que não troca sua vida de santidade por minutos de prazeres.

    Deus não nos chamou somente para cantarmos música, isso já temos feito muito bem, já estamos experientes. Ele quer que estejamos em um nível maior.

    Humildade X Soberba
    Renúncia X Egoísmo
    Simplicidade X Poder

    Chega de histórias escritas por homens, Ele quer escrever a história da sua vida. Esta falsa adoração se refere a pastores que não vivem o que pregam, ministros que estão longe de fazerem o que falam. Afaste de mim a prostituição das suas ações, porque eu conheço o seu coração. Falsa adoração, Amós 5:10 ao 27: lábios lisonjeiros e bajuladores, falsidade, hipocrisia...

    Só entregamos verdadeira adoração como noivas. Como prostituta, só ofereceremos a falsa adoração Oséias 2:2 ao 20: Contudo trarei a Minha glória, a Minha presença.

    Oséias significa o amor de Deus pela prostituta. A igreja religiosa, é como uma prostituta que procura amantes: palco, sucesso, luxúria, dinheiro (mamon), ministério, reconhecimento, dons, talentos, gravações (venda da presença de Deus), crescimento quantitativo. Tudo e todos, que você coloca em primeiro lugar na sua vida além do Senhor, significa prostituição espiritual e isso gera pecado em sua vida.

    Deus nos chamou e tem nos dado tudo, mas precisamos nos posicionar. Davi fez um censo no templo sem direção de Deus. Ficar contando quanto você já fez não vale nada para Deus. Você pode ir para qualquer lugar do mundo, se esconder na caverna, até no Hawaii, Deus te pega e continua com o propósito que Ele tem para você, Ele te levantou como um referencial. Você está marcado, não tem mais jeito. Que responsabilidade!

    Em que nível você está e que tipo de adoração você tem oferecido a Deus? Superficial e muitas vezes de falsidade? O que cantamos temos que viver.

    Antes de escolher cantar, escolha viver!



    Artigo extraído do site www.adorando.com.br